Nos anos anteriores, a Taça da Liga não era importante para o FC Porto. Contudo, esta época dado que os Dragões já saíram da Taça de Portugal, da Liga dos Campeões e têm o título dependente do Benfica, o troféu de Coimbra poderia atenuar a irregularidade da equipa mas só agravar o mau momento da equipa de Vítor Pereira.

É evidente que os jogadores preponderantes no desenvolvimento coletivo dos Dragões não estão no seu melhor. Jackson Martinez passa por um momento muito crítico, não está em forma física, nem anímica, nem psicológica e precisa urgentemente de marcar golos para recuperar a confiança. A somar à escassez de golos do colombiano junta-se também a falta de inspiração de três criativos: Lucho já sem fulgor para mais de 30 a 45 minutos, João Moutinho após a lesão ainda não regressou ao seu nível e James que depois da rotura muscular não voltou a ser mais o mesmo.

Por isso não admira que os azuis e brancos perdessem perante os arcebispos. Aliás, o Braga nesta temporada, tem sido o algoz do Porto, pois foi a única equipa portuguesa que derrotou o campeão nacional por duas vezes. Ontem, no Estádio Cidade de Coimbra EFAPEL, o Braga mereceu a vitória sobretudo depois da expulsão de Abdoulaye.

Quem viu e tem ainda na memória recente os excelentes jogos que observaram nos quartos de final da Liga Europa e da Liga dos Campeões, talvez não tenha gostado do futebol praticado ontem em Coimbra. De facto, a primeira parte foi intragável. Em toda ela, o FC Porto rematou três vezes e o Braga apenas duas. Exceção à grande penalidade, os outros lances nem deviam ser rotulados como remates.

Mas infelizmente é este o futebol que temos. Não é admissível que uma equipa que ainda pode vir a renovar o título e outra que ambiciona regressar à Liga dos Campeões realizem quarenta e cinco minutos tão incaracterísticos.

É certo que o Braga na segunda metade beneficiou da superioridade numérica, e Vítor Pereira parece desconhecer o manual de como se deve jogar com dez contra onze quando se tem de recuperar o resultado. Até aos 10 minutos finais, os Bracarenses aproveitaram a desorganização portista e entraram  pela “Avenida aberta”, sem oposição, para inadmissivelmente falharem pelo menos seis flagrantes ocasiões para golear.