Neste jogo com o Gabão não nos podemos gabar da paupérrima exibição da nossa seleção, antes pelo contrário temos de a criticar. Criticar porque se aguardava que os suplentes e os estreantes se transcendessem com uma atitude de conquista para agarrar um lugar na seleção. Longe vão os tempos em que ser titular da seleção era um orgulho. Será que hoje envergar a camisola das quinas já não mexe com os sentimentos dos jogadores? Não aquece nem arrefece.

O campo estava mau? Estava para as duas equipas. Desta seleção do Gabão, onde faltaram doze dos habituais jogadores, dizia-se que fazia um jogo direto mas afinal quem mais praticou futebol de passe longo foi a nossa equipa. Os jogadores do Gabão correram sempre mais que os nossos jogadores. Perante a nossa apática seleção, o gaboneses praticaram um futebol apoiado e jogado várias vezes ao primeiro toque.

Para além de faltar brio, querer, determinação, vontade, e ambição, também faltou futebol. Paradoxalmente, esta equipa do Gabão foi superior em tudo à seleção portuguesa. Criou mais oportunidades de golo, jogou mais e melhor e em termos de capacidade volitiva então nem se fala. Os escolhidos por Paulo Bento perderam uma grande oportunidade de mostrar serviço. Serviços mínimos?

Num espaço de tempo tão curto, o selecionador nacional não tem ocasião de passar as mensagens aos jogadores; nem as teóricas, nem as práticas. E com a agravante de apresentar uma equipa só com três titulares. Neste contexto, o coletivo fica prejudicado, por estar condicionado à improvisação e à inteligência dos intérpretes. Os quais “nada” mostraram de positivo a Paulo Bento. Entre os habituais suplentes desta equipa B, só Eder e Varela renderam. Os restantes? Toda a gente viu!