Uma coisa é o futebol imaginado pela mente do treinador, outra coisa a qualidade dos seus planos e a maneira como são explicados e compreendidos pelos jogadores, e outra ainda o futebol que se pratica nos jogos. Uma coisa é imaginar uma filosofia de jogo, outra é passá-la da teoria à prática e outra apresentá-la nos estádios. Imaginar, projetar e interpretar. São as três fases da criatividade do treinador de futebol onde criar é sinónimo de competência, do saber e da inovação.
Do treinador de uma equipa candidata a vencer as competições que disputa espera-se que a coloque a exibir um futebol organizado e de grande qualidade. Perante a exigência de vitórias e de exibições, quando estas não surgem, não há desculpas para o treinador. O treinador como gestor do futebol é responsável pelos bons e pelos maus resultados. Está sujeito às críticas e aos elogios da comunicação social e dos adeptos. Porque hoje o futebol se discute até à ínfima. A grande maioria deste duo de “analistas” fala de cátedra. Parte de quem os ouve e lê fica com a ideia que sabem mais do que os treinadores.
Sá Pinto está na ordem do dia, face aos resultados (não) alcançados perante adversários modestíssimos que deveriam ser cilindrados pelo poder individual e coletivo do Sporting. Contrariamente ao esperado, esta época os leões têm sido constantemente vexados por opositores de segunda categoria. Precisamente porque falta ao futebol do Sporting, Futebol.
O jogo de ontem era ideal para reabilitar a equipa dos maus jogos realizados. O Videoton era um adversário mais que acessível. Não se compreende o porquê da alteração da equipa? Sete jogadores diferentes? Se com o onze mais utilizado o futebol leonino não apresenta um estilo de jogo, e só parcialmente respeita os elementares princípios de jogo. Sem planeamento, teoricamente, as rotinas de jogo entre os habituais suplentes menos funciona? Ontem foi deprimente assistir aquela inoperância atacante. O Sporting não encontra soluções para superar muralhas defensivas.
Quando não se é acutilante ofensivamente, tem de se ser forte defensivamente. Mas o que se viu na Hungria, e a forma como o Sporting sofreu os três golos foi um descalabro. No primeiro Pranjic deixou o opositor nas costas e este cabeceou à vontade. No segundo Gelson Fernandes, pasme-se, estava colocado por detrás do marcador do golo. No terceiro Boulahrouz fez um passe-desvio para o lado de dentro, em vez de aliviar para fora. Bem, isto é falta de escola ou de professores?
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