As intervenções do treinador podem ocorrer em muitos contextos e em todas elas, é realizada uma decisão. E é certo que ele não está preparado para todas, dado que – infeliz e naturalmente – não as treina. Durante a competição e após. E nestas fases todas à volta da competição existem centenas de momentos onde são tomadas decisões em alturas de maior ansiedade, stress, nervosismo, ânsia, felicidade, etc.  
Analisamos algumas. Mercado:
- Lucho saiu no Porto. Comenta-se que a relação entre o jogador e Paulo Fonseca era frágil pela condição que o treinador considerava que o jogador não merecia. O balneário por um lado saiu a ganhar com a inexistência de mais um conflito. Mas perdeu a liderança de um jogador dentro e fora de campo. Lucho saiu…e Paulo Fonseca decide ter menos um conflito. Para já. 
- Sporting, contra o que era expectável e assumido pelos seus dirigentes, foi ao mercado nos últimos dias. Teremos de esperar para saber se os reforços trazem qualidade. E se a curto ou médio-longo prazo. O que sabemos é que veio alterar o equilíbrio do plantel, porque altera sempre. Leonardo Jardim tinha achado bons processos de grupo. Agora vai ter de mexer, porque há sempre uma interpretação interna de quem lá está destas movimentações.  
- Benfica acabou por perder ‘apenas’ uma peça fundamental na sua equipa. Jorge Jesus não decidiu nada nesta saída. Acabou por esperar certamente e de forma ansiosa que o mercado fechasse para ver com o que iria contar. Mérito seja feito, que nesta época perdeu Salvio e há três meses que Cardozo não jogava e continua a depender apenas de si. Pode ainda perder outra peça como Garay, a ver vamos. 
Jornada:
- Paulo Fonseca tarda em encontrar o equilíbrio necessário. Uns apontam para o meio-campo, outros para a subida dos laterais, outros para aqui e acolá. Independentemente disso tudo, o que se nota é uma falta de vontade imensa. Claro que negam. Mas é difícil não reparar. É tão fácil comparar e percebermos que Paulo Fonseca tem entre mãos pelo menos dois grandes problemas e decisões: como ganhar o plantel e o balneário; e encontrar o equilíbrio de jogarem os que mais mandam no balneário com os que se encontram em melhor forma.
- Jorge Jesus não teve um jogo nada fácil e complicou. Adversário aguerrido, campo nada praticável, menos um jogador durante muito tempo, e na altura da maior decisão…delegou ou desresponsabilizou? A discussão é premente. Devem ser os jogadores a decidir quem marca? Deve ser o treinador a assumir tudo? Não me parece que Jesus seja o tipo de treinador que delegue o quer que seja. O momento era de grande ansiedade. Mas deveria ter decidido defender os atletas. Assumindo que a decisão tinha sido sua. 
- Por último, Leonardo Jardim teve mais um empate em casa. A equipa mostrou vontade, alguma ansiedade e parece-me que a luta pelo título totalmente legítima, está a ter algumas consequências que o próprio treinador foi tentando adiar com um discurso mais reservado mas que foi em contraciclo com o que alguns dirigentes afirmaram. Leonardo Jardim continua a meu ver a ter nota amplamente positiva nesta sua primeira-época no Sporting. Talvez as coisas estejam a acontecer demasiado rápido e alguns dos dirigentes não estavam preparados para tal. Leonardo Jardim vê-se na responsabilidade de assumir o controlo de alinhar imensas vontades.