No artigo de ontem abordámos várias questões sobre o jogo entre o Barcelona e o Real Madrid. Falámos da gestão das equipas, do prestígio da Taça do Rei, da importância da continuidade das equipas na Liga dos campeões, na confiança de Mourinho, na pressão que Roura imprimiu no árbitro, no duelo entre Cristiano e Messi, e, sem qualquer tipo de chauvinismo, torcemos para que Ronaldo se superiorizasse a Messi e que Mourinho passasse a eliminatória.

Ao colocarem em campo os seus melhores onzes, os treinadores deram prioridade à Taça do Rei, e esqueceram os próximos jogos da Liga dos Campeões. Mourinho confiante tinha afirmado que ia a Camp Nou para ganhar. Ao invés, Roura ao tentar condicionar o árbitro mostrou algum nervosismo.

Mourinho deu uma lição tática ao treinador do Barcelona. Arquitetou um plano de alta segurança para quando tinha que defender, e simultaneamente criou uma estratégia para aproveitar as velozes saídas para o contra ataque de forma a explorar o enorme espaço de penetração face ao adiantamento da lenta e desorganizada defesa do Barcelona. Os estilos foram antagónicos, enquanto o Barcelona tentava aplicar o seu futebol de passe curto, o que raramente conseguiu. O Real jogava futebol direto bem à medida da inteligência, da velocidade e da técnica de Ronaldo, bem coadjuvado por Di Maria e Ozil.

O Barcelona foi impotente perante esta específica organização do Real. Aliás, o seu futebol já não tem a matriz de Guardiola. A circulação de bola é mais lenta, mais previsível, erram-se mais passes, a sequência contínua de 15 a 20 toques consecutivos já não acontece. A equipa parece estar fatigada e já não pressiona como no passado recente.

O Real está de volta, recuperou a confiança e tem tudo para vencer a Taça do Rei. Esta vitória foi muito importante. Mourinho como grande psicólogo que é, vai estimular, incentivar e persuadir os jogadores de que vencer estas duas importantes provas é mais que possível. O jogo de Manchester é decisivo.
Roura não tem fisionomia, nem filosofia de treinador. Ao pressionar o árbitro, o tiro saiu-lhe pela culatra.

O árbitro tem a sua personalidade, não se intimidou e este em dois lances de possíveis grandes penalidades não as assinalou. Depois de levar um banho de futebol Roura ainda teve o descaramento de afirmar que o Real não foi assim tão superior e que a diferença esteve nos detalhes.

Cristiano e Messi são neste momento os melhores jogadores do mundo. São iguais na qualidade, mas diferentes nas suas características. Ambos estão a anos-luz da concorrência. Neste jogo Cristiano teve uma atuação irrepreensível, enquanto Messi comparado com Ronaldo pareceu um jogador vulgar. Perante a qualidade suprema destes jogadores, penso que a distribuição dos títulos de melhor jogador do mundo tem sido mal repartida.