O Sporting venceu o Videoton o que é bom para a equipa e para o treinador. Foi uma vitória sem contestação. Esta equipa húngara era o adversário ideal por acessível, não só para os leões vencerem, como simultaneamente lhes permitir realizarem uma exibição que agradasse aos adeptos leoninos. Os quais como é natural estão sedentos de vitórias e de exibições de qualidade.

Pode dizer-se que o Sporting realizou uma partida bipolar. Menos bem nos primeiros 45 minutos, e com um suficiente mais na segunda parte. Nos minutos iniciais tomou conta do jogo, ligando o seu futebol com relativa facilidade numa razoável circulação de bola. Mas esse domínio foi lua de pouca dura. Os húngaros sempre que recuperavam o esférico imprimiam uma enorme velocidade que superavam a lentidão do meio campo e da desorganizada defesa. Em quatro contra ataques poderiam ter marcado.

O intervalo serve para ponderar e retificar o que não está bem. Vercauteren certamente que exigiu outra atitude e outra dinâmica para a segunda parte. Chamou a atenção aos jogadores para desenvolverem os processos do seu trabalho, e para se projetarem para além da vulgaridade repetitiva da primeira metade.  
Coincidente ou não? A segunda parte foi totalmente dominada pelo Sporting. Insúa, Esgaio e Viola poderiam ter marcado. Adivinhava-se o golo e este surgiu aos 65 minutos.

A equipa desinibiu-se, mas numa das poucas vezes em que os “magiares” avançaram no terreno marcaram de grande penalidade. Quase de seguida Viola meteu a cabeça entre os pés de dois, defesas e marcou. Nos derradeiros minutos o score poderia ter sido aumentado.

Vercauteren já conhece as características dos jogadores. Ontem avançou com Ricardo Esgaio que foi o melhor em campo. Apostou mais uma vez em Labiad que de útil quase só teve o golo que marcou.

Experimentou outra vez Viola como ponta de lança. Mas, o onze inicial que defrontará o Benfica será bem diferente.

Vercateren já estudou a equipa do Benfica, e naturalmente elaborou, estruturou e ensaiou uma dupla estratégia para tentar neutralizar o futebol ofensivo das águias. E certamente criou um vasto repertório de lances de ataque para surpreender e aproveitar a por vezes inconstante defesa do Benfica.

O duelo entre os vizinhos da segunda circular promete. O Benfica não pode perder pontos, pois sujeita-se a perder a liderança. Para o Sporting vencer o seu ancestral rival seria excelente estímulo. Aliás segundo a tradição a equipa que está a jogar pior normalmente vence a que está melhor. Vamos aguardar para ver.