O candidato proposto por André Villas-Boas para diretor-geral das modalidades do FC Porto, Mário Santos, prometeu hoje subir a prática desportiva do clube com ponderação e autossustentabilidade, mas sem nunca perder competitividade.
“O FC Porto tem a responsabilidade de não entrar em aventureirismos para abrir [novas] modalidades. Há que respeitar o passado e o palmarés do clube, tendo sempre presente que não serão abertas modalidades para recreação, mas sempre com o objetivo final de termos equipas para ganhar. Essa é a prioridade”, reconheceu o advogado, de 52 anos.
Antigo presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) e chefe da Missão aos Jogos Olímpicos Londres2012, Mário Santos foi apresentado por André Villas-Boas em sede de campanha, no Porto, tendo apontado a criação do futebol feminino e do futsal a partir da próxima época, com o atletismo e o voleibol masculino a voltarem em 2025/26.
“Existem objetivos transversais às modalidades coletivas e individuais: implementar um modelo de formação - que possibilite construir uma base ampla, sustentada por recursos internos e parcerias - e estabelecer equipas multidisciplinares e infraestruturas de apoio, que possam fortalecer o desenvolvimento dessas equipas e atletas”, frisou, mantendo “o compromisso de continuar a apoiar todas as modalidades em atividade neste momento”.
O futebol sénior feminino deverá aproveitar uma “janela de oportunidade” para ingressar diretamente na III Divisão, que deixará de ser o último escalão nacional em 2025/26, em função do lançamento de um quarto patamar, enquanto o futsal tem dúvidas pendentes.
“Ainda existe uma opção a tomar sobre a construção de uma equipa na mesma base do futebol feminino, começando mais por baixo, ou uma através da aquisição de direitos de um clube, entrando num patamar superior. É uma decisão a tomar rapidamente”, notou.
Mário Santos valorizou o regresso a médio prazo do atletismo, modalidade que “foi uma das faces mais visíveis do sucesso do FC Porto ao longo de muitos anos”, associando a respetiva evolução infraestrutural à escolha das primeiras disciplinas a serem lançadas.
“Para termos atletas a correr na estrada, na maratona e no ‘cross’ não precisamos de ter grandes infraestruturas. Quando entrarmos nas disciplinas técnicas, as necessidades já serão outras. Não preconizamos que esta candidatura faça um estádio para o atletismo. Tem de ser em parceria, desde que tenhamos condições para evoluir e formar”, avaliou.
O advogado vê como um “primeiro e importante sinal” para que o clube “deixe de andar com a casa às costas” o centro de alto rendimento projetado por André Villas-Boas, que engloba um pavilhão gimnodesportivo num terreno acima de 30.000 metros quadrados.
“É importante termos a noção da realidade das modalidades, que não competem só ao domingo e treinam todos os dias. O pavilhão é importante, não só pelo espaço, mas por haver alojamento, salas para treinadores e uma série de componentes multidisciplinares para apoio ao treino, que, neste momento, não há em pavilhões emprestados”, lembrou.
O reforço do ecletismo do FC Porto contempla também o crescimento das modalidades femininas, que estão atualmente reduzidas ao voleibol e “devem ter como pressuposto a igualdade de género”, visando “equipas competitivas e atletas de relevo a médio prazo”.
As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por três candidaturas, lideradas por Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B), antigo treinador da equipa de futebol, e Nuno Lobo (C), empresário e professor, incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).
O ato eleitoral decorrerá em 27 de abril, entre as 09:00 e as 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, numa altura em que Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato consecutivo, que lhe atribui o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.
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