A Associação do Futebol Argentino (AFA) publicou hoje um vídeo em homenagem ao Papa Francisco, no qual destaca a sua relação com a modalidade e o reconhece como “o argentino que jogou pelo mundo”.

A homenagem recupera vários atos públicos de Jorge Mario Bergoglio, que morreu na segunda-feira, aos 88 anos, desde que foi eleito Papa, em março de 2013, até à sua morte, com outros adeptos argentinos de futebol, desporto que o sumo pontífice se confessou adepto, especialmente do clube San Lorenzo de Almagro.

“Francisco, que jogador. Daqueles que nunca perderam a fé. São eleitos. Aparece um em cada muitos anos, mas este foi diferente porque quando entrou pela primeira vez, pediram a mudança”, relata o vídeo, com imagens em que Francisco saúda Bento XVI.

O falecido Papa “jogou como sempre se joga no fim do mundo [como o próprio considerou a sua naturalidade], com sacrifício”, mas também “sempre com as mesmas botas e com os pés no chão”.

“O último capitão da Igreja Católica foi argentino. Nunca foi individual, preferiu sempre o jogo coletivo. Soa-te familiar? Se tivemos algo com Bergoglio, foi um Deus à parte”, prossegue o vídeo da AFA, que recorda o Campeonato do Mundo de 2022 conquistado pela Argentina, no Qatar.

Francisco “deixou todo o protocolo de lado” e “fez dançar muitos privilegiados, até ficarem sem ar”, altura em que “o mundo entendeu quão importante é ter um capitão argentino, quando o que é preciso é coragem”.

“Podes acreditar ou não. Mas é verdade, esta creche deu um Papa ao mundo. E cada vez que festejarmos um golo no céu, faremos isso com honra, porque agora também teremos um Papa do bairro de Flores”, remata o vídeo, aludindo ao local do estádio do San Lorenzo.

O Papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.

Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

O Papa Francisco esteve 38 dias internado, devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera da morte.