O candidato à presidência do FC Porto André Villas-Boas alertou hoje, no encerramento da campanha, para a necessidade de “libertar o clube das amarras e interesses que tantos danos causaram nos últimos anos”.
O candidato abordou a “crise financeira sem precedentes” que afeta o FC Porto, denunciando, mais uma vez, as “receitas antecipadas”, bem como a “falta de rigor”.
“Estamos a perder capacidade competitiva, fruto de ineficiências ao nível da gestão, de planeamento, de falta de rigor, da indiferença com que olham para o FC Porto”, referiu André Villas-Boas, que reafirmou que, caso seja eleito, não vai deixar impunes todos os que lesaram o clube.
“Deixam-nos o FC Porto delapidado e com um passivo gigantesco, e debaixo de uma sombra de uma pena das competições da UEFA de três anos. Deixam-nos um FC Porto que acaba de vender mais um dos seus anéis, 30% das suas receitas comerciais, a troco de muito pouco. Andam mensalmente a gastar milhares de euros com empresas de uma pessoa que quer tomar de assalto o nosso clube. Não passarão”, frisou ainda.
Ainda assim, André Villas-Boas revelou-se grato aos anos de presidência de Pinto da Costa, mas traçou um novo rumo para o futuro.
“Estes últimos 42 anos deixam-nos memórias que jamais esqueceremos. Que passam de geração em geração e que definem o grau de exigência, a cultura de vitória pela qual nos devemos orientar no futuro. Mas agora é tempo de criar condições para continuarmos a viver ainda mais alegrias”, disse ainda.
O candidato apelou ainda ao voto como forma de acabar com as “sanguessugas que teimam em empurrar o FC Porto para as profundezas”.
A cerimónia de encerramento da campanha realizou-se no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, e contou com a presença de cerca de cinco mil pessoas.
À margem, André Villas-Boas comentou ainda a renovação do treinador de futebol Sérgio Conceição, anunciada pelo ainda presidente e candidato Pinto da Costa.
“Continuo focado em esclarecer com o treinador e discutir o projeto. É importante demonstrar a nossa filosofia e garantir que o treinador tenha esse entendimento. É aguardar pela posição oficial do treinador, para irmos além das frases promissoras. Muitas têm sido feitas, como o David Carmo estar vendido. Espero para saber das suas razões. Quero sentar-me e mostrar o nosso projeto, verificar a viabilidade do trabalho que propomos”, sublinhou.
O candidato revelou-se ainda “desiludido” com as tomadas de decisão, que considera precipitadas, de Pinto da Costa.
“Estou estupefacto. Além de desiludido, estou estupefacto que continue a tomar estas decisões e que continue a arranjar amuletos para sustentar a sua candidatura, visto que a força desta é imparável. Já me dá a sensação que é um ato de desespero. Ele não merece ter esse ato de desespero, porque nós queremos elevá-lo em tudo o que ele atingiu pelo FC Porto. Agora, já chega. Porque é realmente demais”, finalizou.
As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por três candidaturas, lideradas por Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B), antigo treinador da equipa de futebol, e Nuno Lobo (C), empresário e professor, incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).
O ato eleitoral decorrerá no sábado, entre as 09:00 e as 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, numa altura em que Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato seguido, desde 1982, e detém o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.
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