Um Sporting de alma chegou e sobrou para sacudir a crise que assolava Alvalade. Há sete jogos sem ganhar, em boa altura a equipa de Cavalhal voltou para jogar futebol e durante 90minutos em Alvalade foi sempre a equipa que esteve por cima.
Um pouco nervoso, o Sporting entrou em jogo um pouco nervoso e os primeiros passos raramente acertaram no destino.
Mas durou pouco o desacerto verde e branco, com Marat Izmailov a dispor da primeira ocasião para celebrar em Alvalade.
Djaló recebeu na área de costas para a baliza e o russo na passada levou a bola e com um remate frouxo obrigou Tim Howard à primeira defesa da noite.
O lance não deu golo mas teve o condão de despertar a equipa de Carlos Carvalhal, que passou a ser mais dominante e a ter mais posse de bola.
Rápido mas nem sempre lúcido, o Sporting jogava mais perto da área inglesa e num desses lances Djaló arrancou uma falta a Senderos.
À entrada da grande área, o capitão Moutinho encarregou-se da marcação do livre e atirou com estrondo à barra. Na recarga Tonel não fez melhor do que atirar para a bancada. Era a melhor oportunidade do jogo.
Mais uma oportunidade aos 30’ e de novo por Izmailov, que até pode estar de saída. O russo hesitou numa primeira fase do lance e quando rematou a bola acabou por embater em Phil Neville.
A primeira parte chegava ao fim com amargo de boca para os leões: exibição positiva mas o 0-0 dava o apuramento ao Everton.
Mas o Sporting entrou na segunda parte decidido a conseguir a única coisa que não tinha conseguido no primeiro tempo: golos.
E logo aos 5’ Djaló, sem medos, atirou forte e pouco acima da trave de Howard. Era o primeiro sinal de revolta em Alvalade e aos 15’ Moutinho deu o mote ao aparecer na área para responder ao cuzamento de Abel que só uma defesa por instituto de Howard impediu que o Sporting chegasse à vantagem.
Sem nunca baixar os braços, a equipa de Carvalhal haveria de conseguir os seus intentos, mas antes o sul-africano Pienaar gelou Alvalade e Rui Patrício que apenas conseguiu seguir com os olhos um remate que quase beijou o poste.
Era o primeiro lance de perigo do Everton em todo o jogo e Miguel Veloso não quis esperar mais: entrou pela esquerda, recebeu de Saleiro e atirou forte e a contar para a equipa leonina.
O 1-0 dava apuramento para os oitavos, mas os leões não descansaram.
O Everton reagiu, com mais posse de bola e Rui Patrício salvou o Sporting do empate com uma extraordinária defesa a remate de Saha.
Mais uma vez, na resposta, Djaló sentou Phil Neville com um túnel e rematou forte para defesa (mais uma) de Howard. O norte-americano não segurou e sobrou para Izmailov, que depois de se embrulhar com a bola teve ainda discernimento para ver Pedro Mendes à entrada da área.
O médio não esteve com meias medidas, encheu o pé e bateu Tim Howard pela segunda vez. Alvalade ao rubro.
Era tempo de cerrar fileiras, pois um golo do Everton empatava a eliminatória. A defesa leonina passou então por maior aperto, mas deu sempre conta do recado.
E o melhor ainda estava para vir. A jogar em contra-ataque, a última jogada do encontro foi a cereja no topo do bolo de Alvalade.
Djaló arrancou sozinho para a baliza dos ingleses, deu para Matias e o chileno deu-se ao luxo de tropeçar na bola e inventar uma finta que ele próprio ainda vai tentar perceber.
Resultado: sozinho, perante Howard, desviou do norte-americano e só teve de encostar para o 3-0.
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