O presidente do Sporting, Frederico Varandas, esteve no programa 'Alta Definição', da SIC, conduzido por Daniel Oliveira e transmitido ao início da tarde deste sábado.
Um dos temas falado foi a polémica declaração do líder máximo dos leões antes da final da Taça de Portugal, em que Varandas disse que era para "rebentar com eles", referindo-se ao FC Porto.
O dirigente leonino disse que foi mal compreendido. "Claro que houve muita gente que se sentiu ofendida, mas ou são pessoas que não têm cultura desportiva ou são pessoas desonestas intelectualmente, sobretudo porque não percebem o conceito de falar para dentro e não para fora", justificou, lembrando o contexto em que tais palavras foram proferidas.
Frederico Varandas recordou igualmente a contratação de Rúben Amorim.
"Foi uma decisão marcante. Teve muito a ver com a intuição, mas também com a parte racional. Fui falar com o Hugo Viana. Entendemo-nos muito bem. Senti que as coisas não estavam bem também em virtude da questão financeira. Quando não há dinheiro, não há dinheiro. Tínhamos de começar com calma. Quando começamos a ver a fase de evolução do Rúben, perguntei ao Viana se dava para falar com ele. O Viana começa-se a rir. O Rúben tinha uma cláusula de 10 milhões", recordou o presidente do Sporting.
"O Viana olha para mim, ri-se e diz '10 milhões é muito dinheiro'. E eu: 'Viana, qual é o melhor treinador para o Sporting? Eu não tenho dúvidas, tu tens?'. A única pessoa que estava alinhada comigo era mesmo ele. Ele nunca quis sequer sugerir outra coisa. Se calhar já devia ter ido buscar o Rúben há mais tempo. Depois, havia a questão do dinheiro. Disse ao Viana que a decisão estava tomada lá em baixo, depois de sairmos do elevador", explicou Varandas.
Quanto à sua ligação ao Sporting, o líder máximo do clube de Alvalade não escondeu o amor que sente pelo clube.
"Sou do Sporting porque me identifico com os valores do Sporting. Aprendi a ir ao futebol, íamos três horas antes aos jogos dos juniores, depois víamos a equipa a entrar. Era um ritual. Depois ia para o antigo campo do Sporting, via a equipa principal a treinar, miúdos da ginástica a ver os treinos. Eram outros tempos. Isso criou sempre uma paixão pelo futebol, pelo Sporting. Costumo dizer, por brincadeira, que quem não é do Sporting é porque quem os educou não ligava a futebol. Aconteceu com os meus amigos. Se a pessoa que nos educa liga ao futebol, é do Sporting.", contou.
"Sinto responsabilidade de cumprir a missão, achei que tenho condições para ser presidente com dois objetivos: devolver a dignidade do clube e fazer com que a nova geração não passasse o que eu passei", acrescentou.
Numa vertente mais pessoal, Frederico Varandas falou ainda da relação com a sua mulher, Katarina Larsson, antiga triatleta dos leões.
"A minha fortaleza é a minha casa. Tiro a farda de presidente do Sporting e sou o Frederico Varandas. É isso que me agarra todos os dias. Há dias muito duros. Ali estão as pessoas que me levantam. É aí que faço o meu escape. Tive muita sorte pelo equilíbrio que tenho em casa pela minha mulher. É sueca e muito pragmática. Sempre percebeu o que era o meu trabalho. É diretora de uma multinacional, responsável por múltiplas pessoas. Ela é uma máquina e, atenção, ainda estou a perder. Ela tem três prémios Stromp, eu tenho dois", brincou.
No fim da entrevista, a inevitável pergunta que fecha cada 'Alta Definição. E o que dizem afinal os olhos de Frederico Varandas?
"Que esta é a minha essência. Lutei para entrar na Academia Militar, lutei no exército, no covid, no Sporting e vou continuar a lutar", terminou.
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