O FC Porto está mais longe do seu grande objetivo da temporada e no que toca ao encontro de sábado só se pode culpar a si próprio. No sempre difícil desafio da Mata Real, a equipa de Nuno Espírito Santo voltou a exibir os problemas na finalização que pareciam estar a caminho de serem ultrapassados e até podia ter saído de Paços de Ferreira com uma derrota caso o árbitro não tivesse deixado passar uma grande penalidade contra os 'dragões'.

O jogo:

Com jogadores como André Silva, Rúben Neves e Herrera de volta ao 'onze', o FC Porto soube dominar o adversário no primeiro tempo, mas os gritantes desperdícios deitaram tudo a perder...ou pelo menos a empatar.

Diogo Jota e André Silva foram as faces mais visíveis deste desperdício, mas nem tudo se pode apontar aos jogadores mais próximos do eixo do ataque. Também a partir das alas, zonas essenciais ao processo ofensivo dos 'dragões', faltou clarividência no ataque. É importante referir, porém, que o guarda-redes Rafael Defendi, com uma grande exibição, desempenhou um papel essencial ao travar vezes sem conta os portistas.

Ainda assim, os falhanços de Jota e André Silva no primeiro tempo foram imperdoáveis, assim como o de Óliver Torres, já depois dos 30 minutos. Com tamanho desacerto no momento final do ataque, o que podia ser simples tornou-se muito, muito complicado para os homens de Nuno Espírito Santo.

Ao longo do segundo tempo o FC Porto exibiu uma face menos perdulária, por uma simples razão: não conseguiu, nem de perto nem de longe, manter o nível a nível de criação ofensiva. A exibição dos 'dragões' tornou-se cinzenta e assim continuou até à entrada de Rui Pedro, mas o jovem avançado também não conseguiu 'matar' o jogo a favor dos 'dragões'.

O momento do jogo:

O toque com o braço de Alex Telles. Na sequência de um cruzamento para a grande área portista, o lateral tocou a bola com o braço mas o árbitro nada assinalou. Foi um erro claro de Artur Soares Dias, que assim influenciou diretamente o desfecho da partida.

Os melhores:

Rafael Defendi: Fez jus ao nome ao longo de todo o jogo. Defendeu, defendeu, defendeu...a remates de Diogo Jota, de Óliver, de André Silva, de Rúben Neves. Grande noite do guardião brasileiro.

Óliver Torres: Pecou na finalização aos 33 minutos, mas demonstrou mais uma vez a sua inteligência na construção de jogadas e foi muito graças a ele que os 'dragões' se conseguiram aproximar com frequência da baliza pacense.

O pior:

Jesús Corona: Foi uma noite muito infeliz do avançado mexicano, que não conseguiu ter sucesso nos dribles, nos cruzamentos ou a aparecer em zonas de finalização. Já por inúmeras vezes foi preponderante na manobra ofensiva portista, mas em Paços de Ferreira atrapalhou mais do que ajudou.

As reações:

Herrera: "Tivemos 21 remates e não marcámos nenhum"
Nuno Espírito Santo: "Sabemos que a eficácia é determinante"
Marco Baixinho: "Deixámos a baliza a zero e foi muito importante"
Vasco Seabra: "Resultado satisfaz, pontuámos contra uma excelente equipa"

Curiosidades:

- O FC Porto venceu apenas três dos oito jogos disputados fora de portas no campeonato.

- Foi o quarto empate a zero do FC Porto na Liga 2016/17 e o sétimo na temporada, englobando todas as competições.
- O Paços de Ferreira chegou aos oito jogos consecutivos em casa sem perder.
- O FC Porto soma 35 pontos à 16ª jornada, o que é o pior registo dos 'dragões' nas últimas sete temporadas.
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