A Liga Portuguesa de Futebol Profissional anunciou, esta quarta-feira, que está a estudar a redução do campeonato para 16 equipas em 2022/23. A medida faz parte das propostas saídas do conjunto de reuniões das Jornadas Anuais da Liga Portugal, organismo liderado por Pedro Proença.
O objetivo desta redução, de acordo com a Liga, passa por evitar "uma sobrecarga do calendário desportivo, tendo em conta a proximidade do Campeonato do Mundo do Catar, permitindo a preparação do novo ciclo da UEFA 2024-2027".
A proposta terá agora de passar por aprovação em Assembleia-Geral, ficando por saber se tal será provisório (devido à realização do Mundial 2022, no Qatar), o que significa que terão de haver ajustes na próxima época em relação a descidas e subidas.
Outra das intenções passa pela criação de um play-off entre o terceiro e o quarto classificados da II Liga, a uma partida, em casa do primeiro. O vencedor disputaria, depois, um segundo 'play-off' frente ao 16.º classificado da I Liga, com o acesso ao principal escalão em jogo. Este formato da II Liga seria extensível à recém-criada Liga 3, que arrancará a partir da próxima época.
Taças também terão mudanças
Em agenda está ainda a hipótese de as meias-finais da Taça de Portugal, sob égide da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), regressarem ao formato de eliminatórias a um só jogo, em campo neutro. Já a Taça da Liga sofreria uma reformulação competitiva mais profunda.
Desde logo, o organismo pretende que a Taça da Liga passe a disputar-se em três fases diferentes, a primeira com 16 equipas da II Liga e 12 equipas do principal escalão, com exceção daquelas que participem nas competições internacionais.
A segunda fase seria disputada entre as 14 equipas qualificadas da ronda inicial mais duas equipas que disputarão a Europa Conference League, nova competição europeia de clubes introduzida pela UEFA.
A terceira ronda da prova introduziria uma fase de grupos com 12 equipas (oito da segunda fase mais os quatro melhores classificados), com quatro grupos de três formações. O vencedor de cada grupo qualificar-se-ia, então, para a 'final four'.
Sob análise está ainda a possibilidade de licenciamento de seis estádios alternativos pela Liga, na eventualidade de surgirem casos de interdições ou suspensões de recintos nos dois principais escalões do futebol português.
Ao fim de 37 reuniões, dispersas por oito meses de trabalho, estas conclusões vão ser levadas ao Grupo de Trabalho Regulamentar da Liga de clubes, que deliberará acerca de possíveis alterações regulamentares ao organismo de tutela do futebol profissional.
Confira as sugestões dos vários grupos:
Grupo de Trabalho das Competições:
- Possibilidade de redução da Liga NOS para 16 equipas em 2022-23, evitando uma sobrecarga do calendário desportivo, tendo em conta a proximidade do Campeonato do Mundo do Catar, permitindo a preparação do novo ciclo da UEFA 2024-2027;
- A criação de um Playoff entre o 3.º e o 4.º classificado da Liga Portugal SABSEG, a ser disputado numa partida, em casa do 3.º classificado – o vencedor disputaria depois um segundo Playoff, frente ao 16.º classificado da Liga NOS, estando em disputa o acesso à Liga NOS. Este mesmo formato da Liga Portugal SABSEG seria, então, replicado para a Liga 3;
- As meias-finais da Taça de Portugal passarem a ser disputadas apenas a uma mão e em estádio neutro;
- No que toca à Allianz CUP, passar a ser disputada em 3 fases diferentes. Uma 1.ª fase, com 16 equipas da Liga Portugal SABSEG + 12 equipas da Liga NOS (exceção das equipas participantes nas competições internacionais). A 2.ª fase seria disputada entre as 14 qualificadas da fase inicial + 2 equipas que disputarão a UEFA Europa Conference League. A 3.ª fase seria disputada numa fase de grupos com 12 equipas (8 da 2.ª fase + 4 melhores classificados). 4 grupos de 3 equipas cada, onde o vencedor de cada grupo se qualificaria, então, para a Final 4;
- Aposta na potenciação, na sustentabilidade ambiental, na imagem e polivalência das infraestruturas;
- Criação de um Guia de Acessibilidades, auxiliando as Sociedades Desportivas a tornarem os Estádios a tornarem-se acessíveis;
- Atualização da Sanção Desclassificação, mantendo o mesmo critério quer se trate de uma desclassificação na 1ª ou na 2ª volta, para que as equipas não sejam beneficiadas ou prejudicadas, em virtude de uma qualquer equipa;
- Licenciamento de seis estádios alternativos pela Liga Portugal, nos casos de interdições ou suspensões de recintos, tanto na Liga NOS, como na Liga Portugal SABSEG.
Grupo de Trabalho de Conteúdos e Media:
- Criação de um portal de Acreditação Media, uma ferramenta que surge para facilitar e dar mais transparência a todo o processo de acreditação numa só plataforma;
- Realização do Manual de Realização televisiva;
- Reforço da aposta e criar regulamentação para competições de e-Sports organizadas pela Liga;
Grupo de Trabalho de Marketing:
- Continuidade de investimento no produto visual;
- Desenvolver uma plataforma de venda centralizada de bilhetes destinados às zonas de Cartão de Adepto;
- Apresentação do Thinking Football Summit, feira do Futebol que acontecerá entre 2 e 5 de setembro, na Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota, no Porto;
Grupo de Trabalho Financeiro:
- Alterações no Manual de Licenciamento 2021-22, com a introdução de novas rúbricas no Anexo 1, alteração do critério de calendarização, inclusão das transferências definitivas de treinadores e o melhoramento do critério de transparência;
- Promover reunião/Articulação com a FPF com o intuito de validar valores finais do plano do Totonegócio;
- Monitorização e acompanhamento da evolução das verbas decorrentes das apostas desportivas;
- Estabelecer uma distribuição justa e equitativa da receita obtida das apostas desportivas;
- Redução do IVA dos bilhetes nos Espetáculo Desportivos para 6%.
Grupo de Trabalho Jurídico:
- Reformulação do Regulamento das equipas B;
- Reavaliar o modelo competitivo e o regulamento da Allianz CUP, face à intensidade do calendário;
- Definir as linhas de uma proposta de revisão dos diplomas legais vigentes que permita à Liga Portugal e às Sociedades Desportivas a adoção de um modelo mais eficiente e abrangente de escrutínio dos investidores;
- Aumento da sensibilização e reforço das ações de fiscalização no combate à pirataria;
- Reflexão em torno do quadro legal aplicável às habilitações dos treinadores;
Grupo de Trabalho de Prevenção e Segurança:
- Criação de um Departamento de Segurança na Liga Portugal;
- Aposta na formação integrada e contínua de OLA (Oficial de Ligação aos Adeptos) e de ARD (Assistente de Recinto Desportivo);
- Criação da figura do RAD (Responsável de Acessibilidade de Deficientes);
- Acompanhamento da implementação da Lei 113/2019;
- Acompanhamento da implementação do Cartão do Adepto, segundo deliberação governamental:
- Acompanhamento da ZCEAP (Zonas com Condições Especiais de Acesso e Permanência de Adeptos).
Grupo de Trabalho de Tecnologia:
- Atualização e melhoria do sistema ELIGA;
- Inclusão regulamentar do projeto tactical feed;
- Alterações de segurança nas plataformas da Liga Portugal;
- Planeamento de ações de formação em 2021-22 sobre segurança digital;
Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social:
- Criação de um Guia Modelo de Acessibilidades;
- Apoiar as Sociedades Desportivas na implementação das boas práticas ambientais;
- Identificar o papel da Fundação do Futebol - Liga Portugal e das Sociedades Desportivas no desenvolvimento de uma Política de Responsabilidade Social para as suas comunidades.
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