Iker Casillas anunciou, esta segunda-feira, a sua candidatura à presidência da Real Federação Espanhola de Futebol, nas eleições que se realizam em março. O guarda-redes de 38 anos será adversário de Luis Rubiales, o atual presidente da RFEF.

"Sim, serei candidato à presidência da RFEF quando forem convocadas eleições. Juntos vamos colocar a nossa federação ao nível do melhor futebol do mundo: o de Espanha", escreveu o espanhol no Twitter.

Casillas revela, logo depois, que já informou Pinto da Costa da sua decisão.

"Informei o presidente do meu clube, o FC Porto, desta decisão, a quem só posso expressar o mais profundo agradecimento", informa o veterano guardião. "Estamos a trabalhar com o máximo respeito nesta candidatura. Mais de 23 mil eleitores esperam-nos numas eleições justas e transparentes. Obrigado a todos e todas pelo carinho que recebi e recebo. O vosso apoio e a vossa força animam-me. Vamos a isso", rematou.

Casillas deverá assim terminar a carreira. O guardião, recorde-se, está sem competir desde que sofreu um enfarte do miocárdio em maio do ano passado e tinha adiado para março uma decisão acerca do seu futuro.

"Daqui até março o médico vai ver como é a evolução e, se houver algum risco, o primeiro que não o tomará serei eu", afirmou aos jornalistas espanhóis o guardião, à margem de uma visita às instalações do Club Fútbol Pozuelo, que é apoiado pela Fundação Iker Casillas.

Desde o dia 1 de maio que Casillas está fora dos relvados, depois de ter sofrido um enfarte agudo do miocárdio durante um treino dos 'dragões'.

"Estou bem depois do que aconteceu há quatro meses e 23 dias. Estou a recuperar a forma física, é um processo que não é lento, mas todos os que sofreram um enfarte sabem que a medicação te faz ser cauteloso. São desafios que a vida te coloca e o imporante é que estou aqui a desfrutar deste momento", sublinhou o guarda-redes ex-Real Madrid.

Segundo Casillas, quando chegar o dia de se retirar "pela lei da vida", o próprio será o primeiro a comunicá-lo publicamente. E rematou: "Agora o que há a fazer é recuperar e ver o caminho que o meu corpo toma."

Desde então, não voltou a jogar, mas manteve-se ligado ao FC Porto, permanecendo a dúvida quanto a um regresso à competição, embora o presidente da Liga espanhola, Javier Tebas, tenha chegado a dizer que Casillas admitia voltar.

O futebolista, de 38 anos, oficializa agora o final da carreira enquanto jogador, ainda que o seu último jogo tenha sido disputado em 26 de abril de 2019, com um empate na visita ao Rio Ave (2-2), para a I Liga portuguesa.

Após o enfarte e já no período de recuperação, o FC Porto anunciou que o espanhol iria integrar, enquanto recuperava, o “staff diretivo da equipa de futebol”, mas chegou a inscrevê-lo na I Liga para a atual época.

O guarda-redes chega às eleições da RFEF identificado como uma das figuras mais conceituadas do futebol mundial, após uma carreira em que se notabilizou, sobretudo, na seleção espanhola e no Real Madrid.

Com ‘la roja’ conquistou um Campeonato do Mundo (2010) e dois Europeus (2008 e 2012), além de vários prémios, e nos ‘merengues’ conquistou três Ligas dos Campeões, um Mundial de clubes, uma Taça intercontinental e duas supertaças europeias.

Na Liga espanhola foi campeão cinco vezes, sempre com o seu clube desde a formação, o Real Madrid, pelo qual venceu ainda duas Taças do Rei e quatro supertaças espanholas. Em Portugal, onde chegou 2015/16 para representar o FC Porto, conquistou apenas um título nacional (2017/18) e uma supertaça (2018).