A FIFA dispensou hoje os clubes de enviarem futebolistas para compromissos de seleção para o período programado de 23 a 31 de março, devido à pandemia de Covid-19 e recomendou o adiamento desses jogos.

“O Conselho FIFA decidiu hoje que as regras gerais do futebol, que normalmente obrigam os clubes a libertar jogadores para jogos de seleção, não se aplicam para as próximas janelas internacionais, entre março e abril”, pode ler-se num comunicado do organismo de cúpula do futebol mundial.

Segundo a mesma nota, “realizar jogos internacionais nas atuais circunstâncias pode não só apresentar potenciais riscos para jogadores e público como, muito provavelmente, comprometer a integridade desportiva dos referidos jogos, uma vez que certas seleções podem não ter as melhores equipas e outras sim”.

Assim, a FIFA recomenda que todos os jogos sejam adiados para que possam “realizar-se num ambiente seguro, para jogadores e público”, deixando a decisão final “para os organizadores de competições ou associações, no caso de particulares”.

Na Ásia e América do Sul, os jogos de qualificação para o Mundial2022 já foram adiados, e estão a ser estudadas alternativas para a realização dos jogos, em cooperação com a Organização Mundial de Saúde e todas as partes envolvidas.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.300 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 140 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.

A OMS declarou hoje que o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) se deslocou da China para Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou 250 novas mortes, um recorde em 24 horas, e que regista 1.266 vítimas fatais.

O número de infetados em Itália, onde foi decretada quarentena em todas as regiões, é agora superior a 17.600, cerca de 2.500 mais do que na quinta-feira e praticamente metade dos quase 35 mil casos confirmados na Europa, onde se registaram perto de 1.500 mortos.