Éder respondeu à sua mental coach Susana Torres que o tinha acusado de ingratidão.

Leia o comunicado na íntegra do jogador.

"No final do jogo que deu a Portugal a vitória no Euro-2016, fiz questão de agradecer à Susana Torres, mental coach com quem trabalhava nessa altura. Fi-lo (e voltaria a fazê-lo) porque acredito que devemos ser gratos, e quis retribuir essa ajuda, contribuindo também para o sucesso profissional da Susana. Fico, por isso, perplexo, quando vejo agora Susana Torres acusar-me de ingratidão.

Deixei de trabalhar com a Susana em outubro de 2016, quatro meses depois do Campeonato da Europa, porque percebi que já não tínhamos o mesmo objetivo: eu queria concentrar-me na minha carreira de futebolista e a Susana queria que eu pedisse folgas ao meu treinador para vir a Portugal dar entrevistas para promover o seu trabalho (incluindo o livro para o qual cedi a minha imagem e história, sem receber um cêntimo em troca).

Mais uma vez reforço que não me arrependo de nada do que fiz nessa altura. Talvez tenha sido ingénuo. Aquilo a que assisti nos últimos anos foi um aproveitamento da minha história por parte da Susana, apropriando-se inclusivamente daquele golo na final do Euro-2016. Fala dele como sendo dela, que em entrevistas, quer no seu site onde podemos ler ‘um campeonato europeu de futebol conquistado’. É um detalhe, porém, bastante revelador da postura adoptada pela Susana Torres, que se tem desdobrado em entrevistas onde, na tentativa de tornar o seu feito cada vez mais épico, vai adicionando cada vez mais mentiras a meu respeito.

Numa delas, em que se apresenta como ‘maior coach de alta performance da Europa’, disse, entre outras coisas:

- Que lhe pedi para ir jogar para o Barcelona: é falso (quem me conhece sabe que sempre fui um jogador humilde e com os pés bem assentes na Terra);

- Que Fernando Santos me prometeu que eu iria entrar num determinado jogo: é falso (basta perguntarem ao mister se isto alguma vez aconteceu);

- Que a Susana me mandou procurar clubes europeus em zona de despromoção e que eu próprio liguei para oito treinadores e ouvi ‘não’ de todos, menos de um: é falso (e qualquer pessoa que entenda o mínimo de futebol profissional sabe que isto não acontece);

- Que o treinador que me aceitou na sua equipa combinou comigo que eu faria três jogos a titular e se corressem bem ficava na equipa: é falso (e, mais uma vez, é perguntar a esse tal treinador);

- Que fui ganhar 2 milhões de euros para Inglaterra: é falso (e facilmente comprovável);

- Que lhe liguei a chorar: é falso

Esta última, apesar de ser uma invenção bastante reveladora do carácter da Susana Torres, é a que menos me belisca. Não chorei, mas ainda que tivesse chorado: seria legítimo, da parte de um profissional de coaching fazer este tipo de revelação acerca dos seus clientes? Onde ficam a confidencialidade e a ética no meio disto? Susana Torres parece achar que por termos trabalhado juntos tem o direito de passar o resto da vida a distorcer a minha história, para dela tirar proveito.

Assisti a tudo isto calado, nos últimos sete anos, e, já que falamos em gratidão, creio que Susana Torres podia ser-me grata também por esse meu silêncio. Acredito até que as invenções tenham vindo a ser cada vez mais exageradas porque a Susana acreditou, conhecendo o meu perfil, que eu nunca a desmentiria. Acontece que, há dias, num programa da Rádio Renascença, fui confrontado com algumas das declarações que a Susana fez sobre mim. Tive, obviamente, que dizer que são falsas. Ser grato é permitir que a outra pessoa minta a nosso respeito? Não creio. Não tenho qualquer interesse em alimentar guerras nas redes sociais, pelo que esta será a primeira e última publicação que faço sobre este tema.

A Susana Torres pode continuar a fazer vídeos e a tentar manipular a opinião das pessoas como entender, essa é mais a área de especialização dela, não a minha. Estarei sempre agradecido pelo processo de coaching que fiz com a Susana Torres, num período difícil da minha carreira, mas a Susana como pessoa já perdeu o meu respeito há muito tempo."