Em entrevista à revista alemã ‘Der Spiegel’, William Bourdon, advogado de Rui Pinto analisou o processo ‘Football Leaks’ que colocou o hacker em prisão preventiva desde o passado dia 22 de março em Lisboa.

O advogado criticou a justiça portuguesa devido à demora na formalização da acusação e à dificuldade em obter uma cópia do processo.

“As investigações são mais ou menos secretas em Portugal. (…) há um nível de restrição em Portugal que não facilita o trabalho de um advogado”, explicou.

William Bourbon afirmou que Rui Pinto demonstrou interesse em colaborar, mas as autoridades portuguesas ainda não utilizaram essa oportunidade. Considerou ainda que se o caso estivesse noutros países o português não estaria preso.

“Na Alemanha, França, Inglaterra ou Itália, o Rui nunca seria detido com base nestas acusações”, considerou.

Sobre o estado psicológico de Rui Pinto, o advogado revela que o pirata informático considera a situação injusta e que se encontra cansado e ansioso.

“Está isolado, mas bem tratado pelos guardas. Mesmo que o Rui mostre a mesma coragem de sempre, é possível detetar o cansaço e a ansiedade nos seus olhos, ele sente que a situação é injusta. Também sei que ele é apoiado pelos outros detidos, não podem vê-lo, mas gritam-lhe palavras de apoio”, frisou.

Questionado sobre o futuro e a possível libertação do hacker, William Bourdon afirma que será feito um pedido para a libertação de Rui Pinto nas próximas semanas.

“Esperamos que ele seja notificado das acusações. Se não há acusações, ele é libertado. É possível que o Rui Pinto receba a visita de um procurador do Eurojust [autoridade europeia contra a corrupção]. Vamos requerer, nas próximas semanas, a libertação de Rui Pinto.” [Sobre a libertação ate ao final do mês de setembro] Sou um pessimista ativo.”, finalizou.