O presidente do Barcelona, Joan Laporta, rompeu o silêncio sobre a polémica à volta da Superliga, colocando-se ao lado do presidente do rival Real Madrid na defesa do modelo.

"Temos uma posição de prudência. É uma necessidade, mas a última palavra é dos parceiros. Os grandes clubes dão muitos recursos e temos de ter a palavra na distribuição monetária", disse, em declarações à TV3.

O líder dos catalães explicou a necessidade da criação de uma prova atrativa e abriu a porta ao diálogo com a UEFA.

"Tem de ser uma competição atrativa, baseada no mérito desportivo. Somos defensores das ligas domésticas e estamos abertos ao diálogo com a UEFA. Precisamos de mais recursos para tornar isto num grande espetáculo. Penso que tem de existir um entendimento", afirmou.

Laporta considerou  que os clubes que abandonaram o projeto foram pressionados, mas que o projeto continua de pé.

"Houve pressão colocada em alguns clubes, mas a proposta continua a existir. Fazemos importantes investimentos, os salários são muito altos e isto deve de ser tido em conta, além do mérito desportivo", concluiu.

O anúncio da Superliga Europeia aconteceu no domingo, mas não sobreviveu mais de 48 horas, com várias vozes críticas, desde governos, à UEFA, FIFA, Federações e adeptos.

Perante as críticas, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Manchester United, Tottenham e Chelsea iniciaram a debandada do projeto da Superliga na terça-feira, seguindo-se já na quarta-feira Atlético de Madrid e Inter Milão.

AC Milan e Juventus já reconheceram a necessidade de avaliar o projeto, enquanto o FC Barcelona faz depender a sua permanência da aprovação dos sócios. O Real Madrid é o único dos 12 clubes fundadores da competição que ainda não emitiu uma posição oficial sobre o tema.

O ‘sonho’ liderado pelo presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, juntou 12 dos principais clubes de Inglaterra, Espanha e Itália, tendo em vista a criação de uma competição anual com 20 equipas, na véspera de a UEFA revelar o formato competitivo da Liga dos Campeões, a partir de 2024/25.

*Artigo atualizado às 16h03