Depois de ganhar tudo, literalmente, ao serviço do Inter de Milão, quando antes elevara o Chelsea do “purgatório” ao céu (conquistando dois títulos ingleses com uma equipa que não era campeã há meio século), segue-se agora a tarefa de transformar um plantel rico numa equipa ganhadora.
Apesar de admitir que o FC Barcelona é “a melhor equipa do Mundo” e que o seu Real ainda está em construção, Mourinho tem dois objectivos assumidos: tornar-se o primeiro treinador a ganhar as três principais ligas nacionais (Espanha, Inglaterra e Itália) e a “Champions” por três clubes diferentes, depois de o ter feito com o FC Porto e o Inter.
Sem nenhum troféu espanhol para “mostrar” há dois anos (a última Liga data da época 2007/2008), “jejum” que se dilata para oito temporadas nas provas internacionais, os madrilenos querem voltar já às vitórias e, para isso, foram resgatar Mourinho a Itália.
Com missão totalmente cumprida no Inter e já sem motivação para ganhar coisas novas, Mourinho aceitou o desafio de orientar uma equipa que tem servido de porta de passagem efémera para muitos treinadores.
No plano interno, a missão é ao gosto de Mourinho. O FC Barcelona foi campeão indiscutível nas duas últimas temporadas e quando se esperava feito igual na Liga dos Campeões, a formação catalã foi travada nas meias-finais do ano passado pelo Inter de... Mourinho.
Já na época em curso, o “Barça” ainda não se desforrou do Inter de Milão, mas já teve oportunidade de gozar uma pequena-grande vingança sobre José Mourinho: no primeiro grande “clássico” da época, os catalães aplicaram um “correctivo” de 5-0 aos madrilenos.
Mas, enquanto na Liga espanhola “a procissão vai no adro”, na “Champions” todos os adeptos “merengues” pedem resultados imediatos. Até agora, Mourinho não fez diferente de Manuel Pellegrini e igualou o trajecto do chileno na época passada, atingindo os oitavos de final.
Ironicamente, o Real Madrid reencontrará o inesperado “carrasco” da época passada, o Lyon, mas para Mourinho os franceses serão “apenas” o primeiro obstáculo dos jogos a eliminar, enquanto para Cristiano Ronaldo, novamente em grande forma, será uma boa oportunidade para se desforrar dos gauleses.
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