Reinaldo Teixeira e José Gomes Mendes são os candidatos à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), nas eleições de sexta-feira, para suceder a Pedro Proença, atual presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Após quase 10 anos à frente da LPFP, o antigo árbitro internacional saiu para a FPF, para assumir o lugar deixado vago por Fernando Gomes, que, após cumprir os três mandatos permitidos por lei, se candidatou, com sucesso, ao Comité Olímpico de Portugal (COP).

Na sexta-feira, o sucessor de Proença para o restante quadriénio 2023-27 será Reinaldo Teixeira, presidente da Associação de Futebol do Algarve e coordenador dos delegados da Liga, ou José Gomes Mendes, presidente da Mesa da Assembleia Geral do organismo e deputado pelo Partido Socialista.

O plano para a centralização dos direitos audiovisuais, no qual será difícil agradar aos ‘grandes’ e aos restantes clubes, será um dos grandes desafios do próximo presidente da Liga de clubes.

Até ao final da temporada 2025/26, a proposta de modelo centralizado terá de ser apresentado à Autoridade da Concorrência, que vai ter de o aprovar, para entrar em vigor a partir de 2028/29.

Com o futuro Governo, será ainda certa a continuidade pela luta pela redução do IVA dos bilhetes para os jogos de futebol, que é de 23%, ao contrário de espetáculos artísticos ou da tourada, que é de 6%, além da questão das bebidas de baixo teor alcoólico poderem voltar a ser consumidas nos estádios.

A gestão financeira da LPFP, muito melhor desde que Proença assumiu o cargo, será também um ponto de trabalho para o futuro presidente, que terá de tentar arranjar mais formas de financiamento.

As infraestruturas dos clubes, a falta de público, a pouca competitividade da I Liga e a segurança, em especial com o uso recorrente da pirotecnia, são problemas que o sucessor de Proença vai ter no seu mandato.

A aparente paz conseguida com Proença, que conseguiu juntar os presidentes de todos os clubes à mesa, também parece estar ameaçada, depois de os quatro principais clubes da I Liga apoiarem candidaturas diferentes, além da troca de comunicados entre FC Porto e Benfica sobre os negócios de Reinaldo Teixeira com o presidente das ‘águias’, Rui Costa, que terão começado quando este ainda era jogador.

Reinaldo Teixeira, de 61 anos, está na Associação de Futebol do Algarve há mais de 20 anos, organismo a que preside desde 2019. Foi nomeado, em 2015, coordenador dos delegados e avaliadores da Liga de clubes, depois de ter exercido, durante 20 anos, o cargo de delegado nessa estrutura.

O gestor, natural de Salir, no concelho de Loulé, desempenha também funções enquanto membro do conselho consultivo no Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

José Gomes Mendes, de 63 anos, é doutorado em Engenharia Civil, e lidera desde junho de 2023 a MAG da LPFP, cargo que já tinha ocupado entre 2014 e 2015.

Professor catedrático na Universidade do Minho e no ISCTE Business School, e ex-presidente da MAG do Sporting de Braga, Gomes Mendes foi secretário dos Governos de António Costa, primeiro Adjunto e do Ambiente e, depois, da Mobilidade e do Planeamento.

As eleições estão marcadas para sexta-feira, entre as 10:00 e as 13:00, no Auditório da Arena Liga Portugal, no Porto.

As 18 sociedades desportivas da I Liga têm direito a dois votos, enquanto as 16 – Benfica e FC Porto têm equipa B – do segundo escalão têm direito a um voto cada.