Os oito futebolistas da Chapecoense que falharam a viagem do avião que se despenhou na Colômbia, rumo à final da Taça Sul-Americana, reuniram hoje consternados no seu balneário, partilhando as suas histórias e aguardando novidades do desastre.

“Não quero acreditar no que aconteceu, mas temos de ser fortes”, desabafou o guarda-redes Nivaldo, o futebolista mais emblemático do clube, com 43 anos, e que ia disputar na Colômbia o jogo mais importante da sua história, frente ao Atlético Nacional, que já revelou o desejo de ver o troféu entregue ao clube brasileiro.

O guarda-redes Marcelo Boeck, emprestado pelo Sporting, Nivaldo, Neném, Demerson, Andrei, Hyoran, Alejandro Martinuccio e Rafael Lima falharam o voo para Medelin, por motivos distintos, o que lhes salvou a vida.

“Estou consternado com a queda do avião e a morte dos meus companheiros”, escreveu Demerson nas redes sociais, nas quais desejou “muita força e paz” aos amigos e familiares das vítimas, “neste momento tão difícil”.

Os jogadores começaram a trocar mensagens para tentar saber mais informações e juntaram-se nas instalações do clube em estado de consternação, contrastante com o ambiente vivido nas últimas semanas, com inédito apuramento para as meias-finais e final da Taça Sul-Americana.

“É muito difícil. Hoje levantei-me com esta notícia. As coisas acontecem, mas não sei porquê. Estou triste. Estava a recuperar de lesão e por isso não viajei”, disse o argentino Alejandro Martinuccio.

Às primeiras horas da manhã, muitos foram os familiares e amigos das vítimas a juntar-se no clube à espera de notícias.

A equipa da Chapecoense iria jogar a primeira mão da final da Taça Sul Americana com os colombianos do Atlético Nacional, em Medellín, na quarta-feira.

No avião seguiam nove tripulantes e 72 passageiros, entre os quais a equipa de futebol, técnicos e dirigentes, bem como um grupo de jornalistas, numa viagem em que o avião fez escala na Bolívia e despenhou-se antes de chegar a Medellín, na Colômbia.

O guarda-redes Jackson Follmann, o lateral Alan Ruschel, o defesa central Helio Zampier Neto, o jornalista Rafael Henzel e dois membros da tripulação foram retirados com vida dos destroços do avião que caiu a cerca de 50 quilómetros de Medellín.

Entreanto, o Atlético Nacional anunciou que convidou a CONMEBOL a entregar o troféu da Taça Sul-Americana de futebol à Chapecoense, acedendo ao pedido dos seus jogadores, após o acidente de avião em que viajava a equipa brasileira.