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Com 33 anos, Janette conta com perto de uma centena de jogos no principal campeonato "canarinho".
Janette Arcanjo é fiscal de linha e, em 2010, tornou-se numa das primeiras mulheres a participar na Liga brasileira de futebol, sendo agora considerada um dos melhores árbitros assistentes do "Brasileirão".
Com 33 anos e nascida na cidade de Ipatinga, no estado de Minas Gerais, Janette já conta com perto de uma centena de jogos no principal campeonato "canarinho" e, no final de 2013, foi mesmo nomeada como a segunda fiscal de linha que menos errou em toda a temporada.
"A minha estreia foi em 2010 e logo num dos maiores clássicos do Brasil e do meu estado, um Cruzeiro-Atlético Mineiro. Ainda me lembro quando estava a subir as escadas para o relvado e as minhas pernas tremiam. Mas, felizmente, tudo correu bem. Foi inesquecível", recordou Janette Arcanjo, em declarações à agência Lusa.
A "aventura" desta mineira, que também é professora de português e espanhol, começou em 2001 quando abriu um curso de arbitragem na sua cidade. Inscreveu-se por "piada", acabou por adquirir o "gosto" e até hoje num mais largou a "bandeirinha".
"É complicado. É um mundo muito aguerrido em que existe muito machismo. Há muita exigência porque as provas físicas são exatamente iguais às dos homens. Mas, dentro de campo, os jogadores não se preocupam com isso e, no calor da emoção, esquecem-se que está ali uma mulher. Protestam da mesma maneira. Nas bancadas, os adeptos também gritam e chamam nomes da mesma forma", explicou.
Janette Arcanjo, que marcou este ano pela primeira vez presença na Algarve Cup, ganhou as insígnias da FIFA em 2012 e tem a esperança de ser escolhido para o Mundial2015 feminino, que vai decorrer no Canadá.
Antes, em junho deste ano, o Brasil recebe o Campeonato do Mundo masculino, um evento que está a criar uma "euforia gigante" em todo o país.
"É uma alegria muito grande para todo o povo brasileiro, há uma euforia gigante espalhada por todo o lado e é um prazer receber o Mundo no Brasil. Tenho a certeza que vai sair tudo bem e vai estar tudo pronto de certeza", disse.
Questionada sobre a possibilidade de uma árbitra estar presente na competição, Janette considera que "tão cedo isso não vai acontecer".
"Isso já é uma outra barreira. Não vejo que isso seja possível num futuro próximo. Por exemplo, na América do Sul, o Brasil é o único país com mulheres a arbitrar jogos masculinos. Quando for mais comum, então talvez seja possível", concluiu.
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