Os clubes alemães dos escalões profissionais opuseram-se hoje à entrada de um investidor privado, proposta que previa um encaixe de dois mil milhões de euros e contava com o apoio da direção da Liga Alemã de Futebol (DFL).
Dos 36 clubes da Bundesliga e da Bundesliga 2 (segundo escalão), 20 votaram a favor da proposta durante uma reunião realizada em Frankfurt, quatro abaixo da maioria necessária de dois terços para fazer avançar o projeto, considerado essencial pela Liga com vista à revitalização do futebol germânico.
“O projeto foi abandonado hoje. É a democracia”, resignou-se o presidente da direção da DFL, Hans-Joachim Watzke, um dos maiores entusiastas da iniciativa, em reação ao resultado da votação, na qual 11 clubes votaram contra e cinco abstiveram-se.
Watzke pretendia encontrar um parceiro com capacidade para injetar dois mil milhões de euros (ME) no futebol profissional: 750 ME para a comercialização e criação de uma plataforma de 'streaming', 300 ME a distribuir pelos clubes segundo o atual modelo distributivo e o restante sob a forma de investimentos diversos.
Em contrapartida, a DFL alienaria 12,5% dos direitos de transmissão televisiva dos jogos das duas divisões principais, tanto na Alemanha, como no mercado internacional, num negócio semelhante ao que foi efetuado pela Liga espanhola em 2021.
A proposta tem recebido duras críticas de vários quadrantes, em especial por parte de várias associações de adeptos, que se têm manifestado durante os jogos e entregaram uma petição com cerca de 9.000 assinaturas nesse sentido, durante a reunião de hoje.
Os apoiantes do projeto garantiam que o dinheiro permitiria modernizar o futebol alemão e manter a Bundesliga na linha da frente no contexto europeu, mas os oponentes temiam que hipotecasse o futuro dos clubes e facilitasse a ingerência de terceiros no funcionamento da Liga.
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