A Alemanha pretende autorizar em maio o regresso do campeonato de futebol, a Bundesliga, com jogos à porta fechada, indica um acordo preliminar entre Governo e regiões, avançou hoje a agência de notícias France-Presse.

O regresso das partidas da primeira e da segunda divisão, suspensas devido à pandemia de COVID-19, é considerado "aceitável" para "limitar o dano económico" a partir de uma data em maio que não foi especificada, com os 'media' alemães a noticiarem que pode acontecer em 21 de maio.

A confirmar-se, a Alemanha será o primeiro grande campeonato europeu a retomar a competição. Já que Inglaterra, Espanha e Itália estimam, na melhor das hipóteses, o regresso das competições em junho.

A decisão de retomar a Bundesliga deve ser confirmada hoje, durante uma videoconferência entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e os chefes dos governos regionais, que têm a palavra final na autorização de eventos desportivos no seu território.

"O recomeço das competições deve ser precedido por uma quarentena de duas semanas, se necessário na forma de campos de treino", especifica-se no projeto de acordo.

A Liga Alemã de Futebol há muito defende o recomeço da competição, alegando que é vital para a sobrevivência económica de um setor que emprega 56 mil pessoas no país.

Se as últimas nove jornadas da Bundesliga puderem ser disputados, os clubes alemães podem recuperar 300 milhões de euros em direitos de TV, o suficiente para diminuir um pouco os prejuízos, no momento em que uma dúzia de clubes dos 36 da primeira e segunda divisão estão à beira da falência, segundo a imprensa alemã.

Na classificação geral da Bundesliga, o Bayern de Munique lidera o campeonato após 25 jornadas, quatro pontos à frente do Borussia Dortmund.

O plano de saúde da Liga Alemã baseia-se sobretudo na realização se testes para a deteção da COVID-19. Qualquer pessoa que participe de sessões de treino ou em jogos será testada pelo menos uma vez por semana e, necessariamente, no dia anterior ao encontro.

Na segunda-feira, a Liga Alemã de Futebol anunciou que dez das 1.724 pessoas testadas nos 36 clubes da primeira e segunda divisão acusaram positivo.

Os casos positivos serão colocados em quarentena, mas não necessariamente o resto do grupo. A decisão final sobre as medidas de isolamento, no entanto, não é de responsabilidade dos clubes, mas dos serviços locais de saúde, que dependem dos poderes regionais.

Por enquanto, a regra na Alemanha é que qualquer pessoa que esteja em contacto próximo com um caso confirmado fique sujeita a um isolamento de 14 dias.

O mesmo plano prevê que durante as partidas será autorizada a presença de apenas 300 pessoas nos estádios. São proibidos apertos de mão e fotos de grupo aos jogadores. Os substitutos devem manter a distância no banco de suplentes.

O conjunto de medidas de higiene e prevenção abrange ainda treinos, viagens e alojamento.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias France-Presse (AFP), a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 256 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.