O presidente do Schalke 04, Clemens Toennies, está 'debaixo de fogo' na Alemanha na sequência de declarações proferidas numa conferência em Paderborn, e que geraram indignação um pouco por toda a sociedade alemã devido ao seu teor racista.

"Em vez de aumentarmos impostos, deveríamos financiar 20 centrais elétricas em África todos os anos. Então, os africanos deixariam de cortar árvores e de fazer filhos quando escurece", afirmou Clemens Toennies na passada quinta-feira durante uma conferência em Paderborn.

As declarações do dirigente do clube de Gelsenkirchen levantaram fortes ondas de contestação e crítica com adeptos e figuras políticas e do desporto germânico a exigirem o afastamento de Clemens Toennies.

O presidente da Liga Alemã de futebol, Reinhard Rauball, afirmou que tais declarações são "completamente incompatíveis com os valores do futebol" defendidos pela liga e federação alemãs enquanto que o Presidente da Comissão de desporto da Bundestag, a câmara baixa do parlamento alemão, Dagmar Freitag, sublinhou que "o facto de algo assim ser dito por alguém que ocupa um cargo de primeiro plano no desporto só agrava as coisas".

Já a ministra da justiça da Alemanha, Christine Lambrecht, também se pronunciou sobre o caso, solicitando à Federação de futebol da Alemanha que "se ocupe" de Toennies. "O racismo deve ser sempre combatido de forma inequívoca e veemente", atirou Lambrecht, citada pelo grupo de media "Funke".

O presidente do Schalke 04 reagiu entretanto à polémica através de um comunicado publicado no portal oficial do clube onde admitiu ter proferido coisas "inapropriadas" e garantiu que defende os valores do clube, opostos a qualquer forma de "racismo, discriminação ou exclusão".