Os treinadores e atletas de diferentes equipas no Sal reclamam melhor piso do relvado no Estádio Marcelo Leitão, e outras infra-estruturas desportivas na ilha, já que o Campo d’Obra está saturado.

O “péssimo” estado do piso do “Marcelo Leitão”, cujo arrelvamento foi feito há cerca de dez anos tem sido muito criticado pelos treinadores e atletas que diariamente vão ali treinar, sustentando que a situação não permite a prática de melhor futebol, e é também responsável pela lesão dos atletas.

Para os treinadores Nelito, Dixinha, Kiki, Djo Balta e outros, o problema que tem sido motivo de protesto há algum tempo já era mais do que tempo para que se fizesse a renovação do relvado cuja situação “é de se lamentar, representando risco para os jogadores”, sublinham.

Dixinha, treinador do Académico Aeroporto do Sal, pensando também nos jogos do campeonato que tiveram início este fim-de-semana, refere que é comum ver o quanto os jogadores escorregam em campo ficando lesionados ou com escoriações.

“O piso está duro, as borrachas como cascalhos… infelizmente, temos que trabalhar, jogar nele. Mas que merece um tratamento de fundo (…) isso é”, apontou.

Por outro lado, considerando que o Marcelo Leitão está saturado, dado a quantidade de desportistas e atletas que vão lá treinar, apela às autoridades competentes no sentido de pensarem no estabelecimento de mais infra-estruturas desportivas na ilha, já que dia a dia surgem novos atletas e o Campo d’Obra “já não aguenta”.

“Campo d’Obra está todos os dias cheio de gente a treinar, e já está saturado. Isso quer dizer que os jovens querem praticar desporto mas temos falta de infra-estruturas desportivas. Julgo que quem de direito devia pensar nisso seriamente, porque a ilha do Sal está a ficar para trás, a nível nacional”, advertiu.

Confrontado com as críticas que vêm tanto da parte dos atletas quanto dos técnicos, o vereador do Desporto, Pedro Neves justificou que as condições do relvado do Marcelo Leitão devem-se, à falta de manutenção, além da questão climática que tem também muita influência nas condições do gramado.

“Foi ventilada a hipótese de rega periodicamente, se não mesmo semanalmente, mas essa intervenção gastaria à câmara cerca de 25/30 toneladas de água, o que era um pouco complicado. A relva existe há dez anos, mas se tivesse sido feito uma manutenção convenientemente durava muito mais tempo de vida”, reconheceu.

Pedro Neves que descarta qualquer possibilidade da colocação de um novo relvado “para já”, no Marcelo Leitão, disse que há estudos para esta intervenção, orçado em cerca de 25 mil contos, além de projectos para arrelvamento de outros campos na ilha, mas o problema prende-se com o financiamento, mormente na presente conjuntura.