A Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) quer que o Estado passe a subsidiar a seleção com isenção do aluguer do Estádio Nacional e pagamentos pelos serviços da Polícia Nacional para poupar mil contos por jogo em casa.

Segundo o presidente da FCF, Victor Osório, cada jogo em casa “custa à federação 7.000 contos”, pelo que quer livrar-se dos “330 mil escudos de aluguer que a FCF paga por cada jogo no Estádio Nacional e dos 680 mil destinados à Polícia Nacional” para a segurança na infraestrutura desportiva no dia de jogo.

Ainda assim, gaba-se que a seleção nacional faz todos os jogos dentro e fora de casa e que nunca deixou de competir, nem para as eliminatórias do CAN, nem para as do Mundial.

Osório disse que a sua equipa de gestão continua a lutar para que as despesas do tipo sejam removidas, por entender que a seleção nacional não deve pagar para jogar no Estádio Nacional, assim como quer isentar-se do pagamento à Polícia Nacional.

Ainda assim, reconhece que a manutenção de um estádio como o Nacional custa, mas defende “a seleção nacional é um serviço público” e fundamenta esta tese em como “quando a seleção nacional joga é o Hino Nacional que toca”, ressalvando que a seleção está em alta competição.

Afora isto, disse que está a trabalhar para minimizar outras despesas à volta da seleção que passa, necessariamente, pela realização de algumas obras de remodelação no Centro de Estágio da Praia, de forma a ter condições para alojar os “Tubarões Azuis”, nome porque é conhecida a seleção de Cabo Verde de futebol.

Acredita que com estas iniciativas estaria a minimizar os custos, quando se sente obrigado a alojar as equipas em hotéis quando a seleção joga no seu reduto.

Reclama que a direção da federação dispõe apenas de 3.500 contos para todo o ano e para as várias competições e jogos oficiais proveniente do contrato-programa com o Governo, uma redução na ordem dos 50 por cento (%) em relação ao ano transato.

Para isto, afirma que a FCF é praticamente obrigada a ser criativa, de modo a procurar outras fontes de financiamento, nomeadamente junto de parceiros, patrocinadores e da FIFA, assim como da aposta na aproximação da comunidade cabo-verdiana emigrada.

Isto para fazer da marca “Tubarões Azuis” uma oportunidade de vender “marchandise” e criação de receitas para arrecadar verbas, não só para a seleção sénior, mas também para o combinado nacional de futebol feminino e para as camadas de formação.

Victor Osório disse que ainda não estão criadas todas as condições internas para que a seleção possa jogar sem estas barreiras financeiras e que a direção está expectável que serão criadas as condições para aliviar-se dos 1000 contos, “muito dinheiro para a federação”, porquanto a receita dos jogos “não cobre as despesas”.

A este propósito, disse que as viagens internacionais dos atletas disparam os custos, porque Cabo Verde “felizmente tem jogadores em várias paragens do Mundo, desde Rússia, EUA, México e outros sítios”, porque “temos de ter os melhores na seleção, sem pensar em poupanças” em relação a jogadores de “top” nos seus campeonatos.