A direção do Batuque “desmente categoricamente” que o valor recebido no âmbito do protocolo com o Sporting tenha sido canalizado para Bruno de Carvalho ou utilizado num “esquema de lavagem de capitais” ou visando quaisquer “outros fins ilícitos”.
Num comunicado enviado à Agência de Notícias de Cabo Verde (Inforpress), a direcção do Batuque Futebol Clube confirma que recebeu o valor previsto no protocolo rubricado em 21 de Setembro de 2017, cerca de 330 mil euros, com o anterior presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho, como contrapartida do previsto em cláusulas, entre elas, o direito de preferência do clube português sobre sete atletas identificados.
Mais, de acordo com a mesma fonte, o âmbito desse protocolo é “mais alargado”, já que inclui a possibilidade de contratação pelo Sporting, no prazo de três anos, de outros atletas que pudessem destacar-se no Batuque.
Para a direcção do clube sanvicentino, o facto de os jogadores identificados no protocolo, relativamente aos quais foi atribuído direito de preferência ao Sporting, não terem tido conhecimento do mesmo “não constitui nenhuma ilegalidade ou anormalidade, ao contrário do que se pretendeu fazer crer”.
Da parte do Batuque, prossegue o comunicado, houve “a preocupação de não desestabilizar os jogadores e o grupo de trabalho”, tendo por base uma possibilidade que se podia concretizar, ou não.
“Caso viesse a configurar-se uma situação em que houvesse lugar ao exercício do direito de preferência por parte do Sporting, a contratação do jogador pelo clube dependeria naturalmente do acordo a celebrar com o jogador em causa”, explicita a direcção do Batuque.
No comunicado de 12 pontos, o clube cabo-verdiano sublinha que os sete jogadores em causa estavam vinculados ao Batuque à data da celebração do protocolo, pelo que nessa altura o Sporting poderia ter exercido o direito de preferência relativamente aos mesmos, nos termos previstos no protocolo.
“Pelo que nada justifica a referência a ‘jogadores fantasma’, pois desde então alguns desses jogadores desvincularam-se do Batuque, jogando um em outra equipa de São Vicente, e não estando outros registados na associação local de futebol”, assegura a mesma fonte.
O Batuque Futebol Clube, lê-se ainda no comunicado, declara a sua “total disponibilidade” para colaborar com as entidades competentes, tendo em vista “o esclarecimento de qualquer dúvida,” designadamente no que toca a movimentos bancários.
“O Batuque reserva o direito de agir judicialmente contra quem imputa ilícitos ao clube sem qualquer fundamento, com sérios prejuízos para a sua imagem e bom nome”, alerta o clube de São Vicente.
Por fim, o clube reitera que tem alcançado “inúmeros títulos” nos campeonatos das camadas jovens em que participa, com vários dos seus atletas a atingiram “níveis elevados”, em resultado de uma “aposta contínua e consistente” na formação dos seus futebolistas.
O clube lembra ainda que, tendo em consideração essas características de clube formador, o mesmo tem celebrado, “de há vários anos a esta parte”, protocolos de cooperação com clubes portugueses e não só, em diferentes contextos e com condições negociadas com cada um deles.
“O Batuque orgulha-se dos atletas que integraram as suas equipas, em diferentes escalões, honrando e prestigiando o seu emblema, e que depois enveredaram por carreira internacional nos campeonatos profissionais de Portugal, França, Rússia, Roménia e Catar, entre outros”, lê-se no documento, e que constitui “motivo de satisfação”, ao longo dos anos, ver futebolistas formados no Batuque integrados na selecção de Cabo Verde.
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