O primeiro-ministro cabo-verdiano afirmou que o Estádio Nacional é uma das maiores obras construídas no país e o resultado do percurso de quase 40 anos de independência nacional, de desenvolvimento e de afirmação do desporto.

José Maria Neves, que falava na cerimónia de inauguração daquela que já é a maior infraestrutura desportiva de Cabo Verde, disse que é preciso continuar a trabalhar para transformar a zona de Monte Vaca, arredores da Cidade da Praia, numa "grande cidade desportiva".

"O Estádio Nacional deve ser a semente para a afirmação das indústrias desportivas e económicas em Cabo Verde. A juventude cabo-verdiana tem-se mostrado com grande talento", sustentou o chefe do Governo, destacando os feitos recentes das várias seleções cabo-verdianas.

Considerando que o Estádio Nacional deve servir de "fermento" para o país desenvolver todas as modalidades desportivas, José Maria Neves afirmou também que a partir de agora abre-se um "mar de oportunidades" e de talentos para continuar a fazer crescer o país.

"Somos os tubarões e os desportistas do mundo, que dominam os oceanos e os mares", prosseguiu o chefe do Executivo, dizendo esperar que, nos próximos anos, o país possa criar as condições para desenvolver os desportos náuticos e aproveitar todas as potencialidades ligadas ao mar.

Por sua vez, a ministra da Educação de Desporto, Fernanda Marques, considerou que o Estádio é um "símbolo de união nacional", que vai trazer um novo paradigma para a gestão desportiva no país.

Esperando que seja o início de uma fase onde se vai oferecer "mais e melhor" desporto a Cabo Verde, a governante salientou que se trata de um investimento virado para a formação humana e um "grande passo" para o desporto cabo-verdiano.

O Estádio Nacional de Cabo Verde é uma obra orçada em 12,6 milhões de euros, financiado pela República Popular da China.

O embaixador da China em Cabo Verde, Su Jian, disse que a inauguração do recinto é "um dia muito especial" para todos e representa mais um compromisso do seu país no desenvolvimento do arquipélago.

"Esperamos que o complexo desportivo, além de ajudar os "Tubarões Azuis" (nome pelo que é conhecida a seleção cabo-verdiana de futebol) e os demais atletas a granjear novos patamares a nível do futebol e nas outras modalidades, sirva também de plataforma para o reforço da organização interna e especialização de técnicos na gestão de instalações desportivas", disse.

A cerimónia, que durou mais de cinco horas, foi assistida por cerca de 10 mil pessoas - o estádio tem capacidade para 15 mil espetadores - e animada com várias atividades desportivas e culturais, com destaque para as primeiras provas de atletismo.

Também aconteceu o primeiro jogo de futebol, entre a seleção feminina de Barlavento - composta pelas ilhas de Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal e Boavista - e a do Sotavento - formada pelas ilhas de Maio, Santiago, Fogo e Brava, e terminou empatado a zero.

O primeiro jogo oficial no recinto será no dia 10 de setembro, dia que a seleção cabo-verdiana receberá a sua congénere da Zâmbia, em jogo da segunda jornada de apuramento para a Copa de África das Nações (CAN2015).

O recinto está ainda equipado com torres de iluminação, dispõe de 80 câmaras de vigilância com capacidade para alcançar 300 a 500 metros em redor, pista de atletismo, em tartan, com oito corredores.

Está equipado com balneários, cabine de imprensa, salão para fisioterapia, espaços apropriados para a polícia, bombeiros e médicos, bem como para outros agentes desportivos, e no exterior há lugares para a prática das disciplinas de lançamentos no atletismo - dardo, disco e martelo.