"Compreendo que é complicado sofrer um golo no último lance, mas é uma grande penalidade bem marcada, pois a bola foi cortada com a mão à frente do árbitro, que fez o que tinha de fazer. Foi um ato de coragem. Em nossa casa eles empataram da mesma forma e a bola também não foi ao centro, com hoje", contou à Lusa o treinador do Penalva do Castelo.

Carlos Agostinho explicou o longo tempo de compensação com a lesão do guarda-redes adversário - "esteve 11 ou 12 minutos a ser assistido" - e contou que o pénalti aconteceu precisamente ao 13º e ultimo minuto de descontos, "mas só foi marcado depois face aos protestos dos locais".

"Foi um jogo muito complicado para quem dirigiu e jogou, com muitos nervos à flor da pele e expulsões. No fim houve muitos incidentes, que obrigaram a reforço policial. O árbitro (José Carlos Silva, de Braga) teve muita dificuldade para sair de campo. Houve tentativa de invasão pelos adeptos. A nossa equipa não teve problemas, pois nada tivemos a ver com a situação", acrescentou.

O treinador diz que o trio de juízes "foi a melhor equipa em campo" e que "o Penalva do Castelo é o único que se pode queixar, pois sofreu um golo de livre indirecto que não existiu, já que não houve atraso ao guarda-redes".

Este foi o invulgar 12º empate do Penalva do Castelo em 22 jornadas (acabou em quarto com 33 pontos e o adversário em nono com 30), boa parte deles consentidos perto do fim: "Teria sido melhor perdermos alguns desses jogos e ganhar os que tínhamos vantagem ate aos últimos segundos".

"Sofremos seis golos no último lance, o que nos retirou a vitória. Dois deles com pénaltis, com o S. João de Ver e o Cinfães. Ando há muitos anos no futebol, mas nunca me tinha acontecido isto. Às vezes não há explicação", conta.

Carlos Agostinho considera que seria "injusto" a sua equipa não passar nos seis primeiros, "pois foi a que sofreu menos derrotas (três), não perdeu na segunda volta, foi das que sofreu menos golos e das que mais pontos fez, pois esteve em crescendo ao longo do campeonato".

O técnico criticou ainda o modelo competitivo da prova, em duas fases, e desafiou federação e as associações a entender-se, para organizarem um campeonato "corrido, à semelhança do que acontece já com a II Divisão B".

A Lusa tentou contactar responsáveis do São João de Ver, mas não conseguiu.