O campeão em título e anfitrião Brasil, que ‘ameaçou’ o boicote devido à pandemia da covid-19, é o grande candidato à conquista da 47.ª edição da Copa América em futebol, que arranca no domingo, só com sul-americanos.
A prova, que estava, inicialmente, marcada para 2020, na Argentina e Colômbia, foi adiada para 2021 e acabou por perder as duas sedes, bem como os convidados Austrália e Qatar, ‘virando-se’, como há dois anos, para solo brasileiro, o que faz ‘disparar’ ainda mais o favoritismo da ‘canarinha’.
O conjunto comandado por Tite não perde um jogo oficial desde o desaire por 2-1 com a Bélgica nos quartos de final do Mundial de 2018 e está 100% vitorioso na qualificação sul-americana para o Mundial de 2022, com seis triunfos nos primeiros seis jogos, registo que só tinha conseguido em 1970.
Com jogadores das melhores equipas da Europa, num plantel experiente, mas não veterano, e liderado pela classe de Neymar, a formação ‘canarinha’ tem múltiplas soluções para formar um ‘onze’ fortíssimo, sem rival na América do Sul.
O Brasil, que conta no elenco com o benfiquista Everton, nunca poderá, porém, facilitar, bastando-lhe olhar para a última edição, que também recebeu, e na qual só logrou ultrapassar o Paraguai, nos quartos de final, no desempate por penáltis.
Apesar da superioridade teórica, o Brasil está, assim, avisado para que não pode encarar a Copa América como um ‘passeio’, também pela qualidade das outras equipas da CONMEBOL, nomeadamente a Argentina, que, entre outras armas, tem o ‘ímpar’ Lionel Messi.
O ‘génio’ do FC Barcelona, de 33 anos, ainda não conseguiu vencer pela principal seleção ‘albi-celeste’, mantendo-se ‘apenas’ com o Mundial de sub-20 e o ouro olímpico, e sabe que esta será uma das últimas oportunidades.
Caso a prova se tivesse mantido em solo argentino, a formação de Lionel Scaloni seria mais candidata, mas, ainda assim, surge como principal ‘outsider’, dois anos depois de ter caído precisamente face ao Brasil, nos quartos de final (0-2), num jogo polémico, com muitas queixas argentinas da arbitragem.
Agora, a equipa ‘albi-celeste’, que não conquista um título desde a Copa América de 1993, parece mais preparada, mas, pelo que se tem visto nas eliminatórias de apuramento para o Mundial de 2022, ainda está longe do nível dos brasileiros.
Na lista de candidatos, está também o ‘eterno’ Uruguai, de Óscar Tabárez, que continua a renovar a equipa, mas não larga mão dos mais experientes e competentes, como Luis Suárez, Fernando Muslera, Diego Godín ou Martín Cáceres.
O título dificilmente fugir a este trio, como, aliás, é um hábito na Copa América: o Uruguai tem 15 títulos, a Argentina conta 14 e o Brasil vai em nove, o que totaliza 38 cetros, em 46 edições - só falharam oito, desde 1916.
Dois dos que escaparam aos três ‘grandes’ aconteceram recentemente, em 2015 e 2016, edições consecutivas – a segunda do Centenário, nos Estados Unidos – conquistadas pelo Chile, que parece já não ter a mesma força para lá chegar, apesar de ainda ter Claudio Bravo, Arturo Vidal e Alexis Sánchez.
Por seu lado, o Paraguai (ganhou duas vezes, a última em 1979) e o Peru (dois títulos, o derradeiro em 1975) estão igualmente ‘fora’ da corrida.
A Colômbia, que já não é de Carlos Queiroz, também dificilmente poderá repetir o feito de 2001, sobretudo porque lhe falta James Rodríguez, o ‘cérebro’ de todo o seu jogo ofensivo.
Por seu lado, a Bolívia (campeã em 1963) não entra igualmente nas contas, tal como as duas únicas seleções que nunca ganharam a prova, o Equador e a Venezuela, que será orientada pelo treinador português José Peseiro.
Sem convidados de outros continentes, o que já não acontecia desde 1991, a 47.ª Copa América, que arranca no domingo (13 de junho), será disputada pelas 10 seleções da CONMEBOL, divididas na primeira fase em dois grupos de cinco, do qual sairão os quatro primeiros de cada para os quartos de final.
Depois será a eliminar até à final de 10 de julho, marcada para o mítico Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, a exemplo da de 2019, que terminou com o Brasil a vencer o Peru por 3-1, com tentos de Everton, Gabriel Jesus e Richarlison, contra um de Guerrero.
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