Gabigol contra Pinola e Lucas Martínez Quarta, a batalha das ideias entre os médios Fernández-Palacios e De Arrascaeta-Everton Ribeiro, o cara-a-cara dos guarda-redes são alguns dos duelos esperados da final da Taça Libertadores-2019, este sábado entre o River Plate, atual campeão, e o Flamengo, de Jorge Jesus.

Quando falta um dia para se decidir o título no estádio Monumental de Lima, River Plate e Flamengo medirão forças num duelo inédito pela 'coroa' da América do Sul, com uma variedade de grandes nomes em campo, alguns deles de regresso ao continente após vários anos na Europa e outros em busca de visibilidade.

Para começar, a partida será uma memorável oportunidade de colocar frente-a-frente os dois melhores técnicos da prova: Marcelo Gallardo e o português Jorge Jesus, amantes do jogo ofensivo, mas com armas distintas para sentir o futebol.

Gabigol: do fracasso na Europa a 'rei' da Libertadores

Gabriel Barbosa, o 'Gabigol', é o melhor marcador da Taça Libertadores com sete golos. Inquieto em campo, e de muita movimentação e participação nas jogadas, o atacante de 23 anos evoluiu na sua forma de jogar, desde que passou a ser treinado por Jorge Jesus.

Em nada se parece com aquele rapaz de 20 anos que, após conquistar a medalha de ouro olímpica com a Seleção Brasileira nos Jogos do Rio-2016, foi vendido pelo Santos ao Inter de Milão por 25 milhões de euros.

Em apenas três anos, Gabigol deixou para trás o fracasso europeu - disputou dez jogos com a Inter e cinco com o Benfica em um ano e meio -, e voltou ao Brasil em janeiro de 2018 emprestado ao Santos, clube que o revelou.

Mas o Flamengo apareceu no seu caminho, assumiu o empréstimo junto do Inter no início da temporada 2019 e colocou o avançado para jogar ao lado de Bruno Henrique, outro ex-santista, criando a dupla de ataque mais perigosa da Taça Libertadores.

Agora, Gabigol é um avançado moderno, que costuma cair mais na ponta direita, e a estrutura do Flamengo está montada para que ele seja o finalizador de um jogo rápido e ofensivo. Sabe encontrar espaços na área, jogar com a bola no pé, criar espaços e finalizar.

Quem terá a missão de parar o goleador rubro-negro é o veterano central Javier Pinola, de 36 anos, ao lado de Lucas Quarta (23 anos), uma das apostas do técnico Marcelo Gallardo há três temporadas.

"O Flamengo tem um grande jogo coletivo ofensivo, com dois atacantes muito bons, de muita mobilidade. Não podemos dar-lhes nem um centímetro, porque sabemos o quanto são perigosos", analisou Pinola, um dos capitães do River Plate.

Cérebros em ação no meio-campo

Ignacio Fernández e Exequiel Palacios são os 'termómetros' dos 'millionarios'. Quando jogam bem, River Plate funciona como a engrenagem de um relógio.

O jogo ofensivo do River Plate começa nos pés de Palacios, de apenas 21 anos e sondado por clubes europeus desde o ano passado. E o seu melhor parceiro a meio-campo é 'Nacho' Fernández.

Palacios tem um bom jogo por dentro, com boa mobilidade e visão. Nacho transita tanto pelos lados como pelo centro. É o cérebro da equipa: cria, dribla, chega à área adversária para finalizar e ajuda na recuperação defensiva.

"O Flamengo é uma grande equipa, provou isso no Campeonato Brasileiro e na Taça Libertadores. É uma equipa construída com jogadores que vem da Europa, com experiência, e isso faz deles um clube perigoso", elogiou Fernández, de 29 anos.

Everton Ribeiro e o uruguaio Giorgian De Arrascaeta exercem papel parecido no Flamengo.

Aos 30 anos, Everton Ribeiro é um dos melhores jogadores do Brasileirão, com um futebol vertical e capacidade para driblar e passar pela esquerda. É também o maior 'servidor' de Gabigol e Bruno Henrique, com o maior número de assistências da equipa.

De Arrascaeta, de 25 anos, tem a mesma função pelo lado esquerdo, mas com maior capacidade de finalização do que Everton Ribeiro.

Armani-Alves, as últimas barreiras para a glória

Franco Armani e Diego Alves encarnam o guarda-redes moderno: seguros entre os postes, também sabem jogar com os pés e são exímios na defesa de grandes penalidades. Os dois são pilares das suas equipas

O argentino, inquestionável na baliza do River Plate desde que chegou ao clube em janeiro de 2018, foi um dos responsáveis pelo quarto título de Campeão da Libertadores do clube, no ano passado.

As suas atuações, tanto na Libertadores como no Campeonato Argentino, também permitiram a Armani chegar à seleção do seu país e disputar o último Mundial'2018 na Rússia e a Copa América do Brasil-2019.

Diego Alves, de 33 anos, vestiu a camisa '1' do Flamengo em meados de 2017 após seis anos a defender a baliza do Valencia, de Espanha. O guarda-redes do Flamengo é um dos grandes especialistas futebol mundial a defender penaltis e tem o recorde de defesas no Campeonato Espanhol, ao defender 24 dos 50 penaltis que enfrentou.