A violência no futebol argentino levou a federação do país a tomar medidas drásticas. Uma delas foi proibir a entrada de adeptos das equipas visitantes, pelo que as equipas que jogam em casa só tem os seus adeptos a apoiar.

Mas essa medida parece não ser suficiente para afastar os adeptos mais radicais, conhecidos como ' Barras Bravas'. Foi a facção mais radical dos adeptos do River Plate que atacaram o autocarro que transportava a comitiva do Boca Juniors no passado dia 24 de novembro, para o estádio Monumental Nuñes para o jogo da segunda-mão da final da Taça Libertadores. Um incidente que levou a CONMEBOL a transferir o jogo para Madrid, Espanha.

Óscar Ruggeri, antigo jogador do Boca Juniors e River Plate, sentiu na pele a fúria dos 'Barra Brava'.

"Os 'Barras Bravas' criam medo nos jogadores com ameaças às suas famílias", começou por dizer o antigo campeão mundial argentino, aos microfones do programa 'El Transistor' da 'Onda Cero'. Ruggeri lembrou o que sofreu quando trocou o Boca Juniors pelo River Plate, em 1985.

"Joguei nas duas equipas e diverti-me bastante em ambas, mas quando deixei o Boca Juniors para assinar pelo River Plate, incendiaram a minha casa com os meus pais lá dentro, estava eu a festejar o campeonato pelo River. Nessa altura fui falar com o chefe dos Barra Bravas do Boca, enfrentei-o porque era ele quem controlava tudo e disse-lhe que não ia tolerar mais nada", recordou.

Sobre o Superclássico, que será jogado em Madrid no dia 9 de novembro, Ruggeri não atribui favoritismo a nenhuma das formações.

"Talvez o River jogue melhor, mas o Boca é mais eficaz, do nada faz golo", analisou.

A segunda-mão da final da Taça Libertadores da América, entre o Boca Juniors e o River Plate, será disputado às 19h30 do próximo domingo, dia 09 de dezembro, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid.

Para tentar travar os adeptos mais radicais dos dois clubes, as autoridades argentinas enviaram às suas similares de Espanha uma lista com nomes dos 'Barras Bravas' das duas equipas, para que estes sejam impedidos de entrar em território espanhol.

No passado dia 24 de novembro, data inicial prevista para a segunda mão, o autocarro que transportava a comitiva do Boca Juniors foi atacado à chegada ao estádio Monumental, do River Plate, resultando em ferimentos em alguns jogadores. Os adeptos lançaram pedras e gás pimenta, e os futebolistas Pablo Pérez e Gonzalo Lamardo tiveram que ser assistidos no hospital.

O vencedor da Taça Libertadores qualifica-se para o Campeonato Mundial de Clubes que será realizado nos Emirados Árabes Unidos e a final edição de 2019 será a última a ser disputada em duas mãos, ao sistema de jogo único, como acontece na Liga dos Campeões europeus.

Na primeira-mão as duas formações argentinas empataram a duas bolas no Estádio La Bombonera. De recordar que na Libertadores os golos fora não contam a dobrar como na Champions.