Portugal conquistou no domingo um inédito título europeu de sub-19, com a mesma base da equipa vencedora há dois anos do cetro de sub-17, em mais uma geração do futebol português a prometer êxitos futuros.

Dos 21 campeões na Finlândia, 11 tinham estado em 2016 no Azerbaijão, num sucesso culminado com um triunfo na final sobre a Espanha, nas grandes penalidades, já sob o comando de Hélio Sousa, campeão mundial de sub-20 como jogador, em 1989.

Depois de quatro vitórias nos sub-16 (1989, 1995, 1996 e 2000) e duas nos sub-17 (2003 e 2016), uma no Torneio Internacional de Juniores (1961), duas nos sub-18 (1994 e 1999) e uma com a equipa principal, no Euro2016, Portugal venceu pela primeira vez nos sub-19, faltando-lhe agora apenas um título Europeu, o de sub-21.

Os novos campeões europeus de sub-19 poderão vir a consegui-lo, mas, primeiro ainda terão pela frente, em 2019, o Mundial de sub-20, que se realiza na Polónia, e no qual Portugal vai tentar chegar ao terceiro cetro, depois dos conseguidos, com Carlos Queirós, em 1989 e 1991.

Esses jogadores entraram para a história do futebol português como a ‘geração de ouro’ e muitos fizeram história na seleção principal e no futebol mundial, casos de Figo, Rui Costa, João Vieira Pinto, Paulo Sousa ou Fernando Couto.

Agora, chega uma nova fornada de talentos, que já mostraram que funcionam muito bem como equipa, ou não tivessem conquistado dois europeus no espaço de dois anos, mas também individualmente.

Pela Finlândia, brilharam jogadores como João Filipe e Francisco Trincão, melhores marcadores do torneio, ambos com cinco golos, mas também Domingos Quina, Ruben Vinagre, Diogo Costa, Miguel Luís, Thierry Correia ou David Carmo.

Portugal exibiu mais uma série de jogadores talentosos e muitos ficaram em ‘casa’, impedidos pelos clubes, em pré-época, casos de Gedson Fernandes, João Félix, Diogo Leite ou Luís Maximiano, por lesão, bem como Diogo Dalot, contratado pelo Manchester United ao FC Porto, ou por outros motivos, Rafael Leão.

O Benfica, campeão nacional de juniores e juvenis, foi o clube mais representado, com cinco jogadores, seguido e Sporting de Braga e Sporting, ambos com três, e FC Porto, com dois. O Vitória de Guimarães e o Rio Ave tiveram uma representante cada.

Por seu lado, seis jogadores já atuam no estrangeiro, casos de João Virgínia (Arsenal), Ruben Vinagre (Wolverhampton), Domingos Quina (West Ham), Nuno Henrique (Sion) e ainda Pedro Correia e Ricardo Benjamin (Deportivo), este último chegado em vésperas da final, face à lesão do guarda-redes Diogo Costa.

A seleção mostrou individualidades, mas, sobretudo, um coletivo muito forte, como comprovam os números finais do percurso dos novos campeões europeus, que, entre Ronda de Elite e fase final, somaram sete vitórias e apenas uma derrota, com a Itália (2-3), jogando com 10 desde nos nove minutos.

O registo de golos marcados impressiona, com um total de 27, em oito jogos, o que dá uma média de 3,38 por encontro, sendo que, contando só a fase final, ainda sobe, para 3,4, face aos 17 tentos apontados, em apenas cinco jogos.

O benfiquista João Filipe, com dois golos na Ronda da Elite e cinco na fase final, foi o jogador em maior destaque, com evidência para os ‘bis’ nas meias-finais e na final.

O trajeto luso começou em março, de 21 a 27, com Portugal a vencer convincentemente o Grupo 5 da Ronda de Elite, em solo luso, com três triunfos, sobre Kosovo (5-0), Eslováquia (1-0) e República da Irlanda (4-0), e um expressivo 10-0 em golos.

Na fase final, na Finlândia, a seleção lusa começou por bater a Noruega por 3-1, para, ao segundo jogo, perdeu por 3-2 com a Itália, num embate muito marcado pela prematura expulsão do capitão Diogo Queirós. Portugal jogou 81 minutos com 10.

A seleção lusa foi, assim, para a última ronda da fase de grupos sem o apuramento para as meias-finais garantido, mas consegui-o de forma clara, com um 3-0 à anfitriã Finlândia, num triunfo que garantiu, desde logo, a presença no Mundial de sub-20 de 2019.

Nas meias-finais, esperavam-se grandes problemas com a Ucrânia, que vencera um grupo com França, Inglaterra e Turquia, mas Portugal resolveu o jogo de forma rápida e categórica, com cinco golos na primeira meia hora.

A final foi um reencontro com a Itália, mas, desta vez, Portugal foi mais forte, vencendo com dificuldades, por 4-3, após prolongamento, mas num encontro em que nunca esteve em desvantagem e chegou a liderar por 2-0.

O próximo capítulo será o Mundial de sub-20, que se realiza em solo europeu, na Polónia, de 23 de maio a 15 de julho de 2019.