A ausência do sistema de videoárbitro (VAR) na fase final do Europeu de sub-21 pela segunda edição consecutiva foi hoje reprovada pelo futebolista Nuno Tavares, que se apercebeu disso em plena derrota de Portugal diante da Geórgia.
“Para ser sincero, nem sabia. Até tive de perguntar [à equipa de arbitragem, após o lance do 0-1] se havia VAR, mas ninguém me soube responder. A partir do momento em que o árbitro principal começou a andar na direção do meio-campo, percebi logo que não havia. Tentámos discutir, mas ele não nos deu sequer hipótese. Para mim, não faz sentido não haver VAR num campeonato da Europa de sub-21, que reúne jogadores profissionais”, considerou o defesa esquerdo dos franceses do Marselha, em conferência de imprensa.
Em causa estará uma alegada falta cometida por Giorgi Gagua sobre o defesa português Tomás Araújo, aos 37 minutos, numa jogada que possibilitou ao avançado concretizar o primeiro dos dois tentos com que os anfitriões derrotaram os lusos na quarta-feira (0-2).
“Com o VAR, ficávamos dependentes de [o árbitro principal] ir ou não rever o lance para conferir se houve algum tipo de contacto sobre o Tomás Araújo. Sem VAR, vamos ter de estar bastante cautelosos e o mais concentrados possíveis”, reconheceu Nuno Tavares.
Além dos erros comprometedores nos golos da Geórgia, Tomás Araújo foi expulso com cartão vermelho direto, aos 76 minutos, após ter derrubado em falta Giorgi Gocholeishvili, que se isolava para a baliza de Celton Biai, sendo reconfortado pelo seu colega de setor.
“Não acredito que o Tomás Araújo tenha tido um mau jogo. Errou duas vezes, mas foram erros completamente normais. Ou seja, se não tivesse acontecido uma falha lá à frente, possivelmente não havia outra atrás. Somos um todo. Os erros vêm de frente para trás e não de trás para a frente. Apoiaremos sempre os nossos companheiros e, como é óbvio, não vamos estar a individualizar”, observou Nuno Tavares, que foi titular a tempo inteiro.
Emprestado esta época pelo campeão nacional Benfica ao Gil Vicente, o central vai estar ausente do embate dos vice-campeões em título frente aos Países Baixos, no sábado, às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio Mikheil Meskhi, em Tbilisi, da segunda ronda.
“Como equipa, vamos tentar ajudar, seja o Tomás, o [Alexandre] Penetra ou Joaquim. A união do grupo pesa. Acredito que não tenha sido o nosso único jogo mau. Todos vamos ter sempre jogos maus, mas é mais importante a maneira como reagimos”, frisou Nuno Tavares, de 23 anos, que foi cedido em 2022/23 ao Marselha pelos ingleses do Arsenal.
Portugal ainda não pontuou e segue no quarto e último lugar do Grupo A, que é liderado pela Geórgia, com três, ao passo que os neerlandeses, campeões em 2006 e 2007, e a Bélgica somam um ponto cada, após terem empatado entre si na ronda inaugural (0-0).
Finalista derrotado em 1994, 2015 e 2021, o conjunto de Rui Jorge poderá ficar desde já eliminado da próxima fase, caso perca com os neerlandeses e a outra partida da ‘poule’, que vai decorrer em simultâneo entre os georgianos e os belgas, não termine empatada.
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