Portugal está fora do Europeu de sub-21. No Estádio Ramaz Shengelia, em Kutaisi, na Geórgia, os vice-campeões europeus em título foram derrotados pela Inglaterra com um golo solitário de Anthony Gordon, aos 34 minutos.
Com a derrota de hoje no Europeu, competição em que as ‘esperanças’ lusas foram finalistas em 1994, 2015 e 2021, Portugal falha também a qualificação para os próximos Jogos Olímpicos, que serão disputados na capital francesa no verão de 2024.
A seleção comandada por Rui Jorge apenas acordou na segunda parte quando estava em desvantagem, onde fez os seus melhores minutos neste Euro sub-21, mas falhou na finalização. O medo de perder acabou por trair os jovens lusos.
Nas meias-finais, a Inglaterra vai defrontar Israel. Espanha joga com França ou Ucrânia.
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O medo não ganha jogos e Fábio Silva não é Dany Mota
Rui Jorge, selecionador nacional de sub-21 voltou a usar fórmula que colocou Portugal nos quartos de final, com um tridente ofensivo formado por Fábio Silva, Pedro Neto e Francisco Conceição, mas com o avançado do Wolverhampton mais descaído na direita, o extremo do Ajax a cair na esquerda e o avançado do Wolverhampton nas costas dos dois. Samu manteve a titularidade no meio, com Tiago Dantas e João Neves, num onze igual ao usado frente aos belgas.
Se contra a Bélgica, Portugal teve a sorte do seu lado (não foi superior aos belgas) para chegar ao 2-1 quase a terminar e apurar-se, frente a Inglaterra seria preciso mais do que sorte. Os ingleses mostraram ser um dos grandes candidatos a vencer este Euro de sub21, após dominar poule C com um pleno de três vitórias, seis golos marcados e nenhum sofrido. Uma seleção com craques como Curtis Jones (Liverpool), Anthony Gordon (Newscastle), Noni Madueke (Chelsea), Angel Gomes (Lille), Morgan Gibbs-White (Nottingham Forest), Jacob Ramsey (Aston Villa), entre outros.
Os primeiros minutos foram da Inglaterra, que entrou a controlar o jogo, instalado no meio-campo português mas sem criar perigo, excepto num remate de Curtis Jones.
Portugal foi conseguindo sair aos poucos e aos 12 minutos criou a primeira ocasião de golo de todo o jogo. João Neves centrou na direita, Fábio Silva deu de cabeça para trás para Pedro Neto que encheu o pé para uma boa defesa do guarda-redes Trafford.
Mas o jogo era controlado pela Inglaterra, principalmente na zona intermédia onde Angel Gomes e Curtis Jones ditavam leis e Madueke colocava Nuno Tavares à prova a toda a hora na lateral esquerda lusa. Aos 29 minutos, foi a calma de André Amaro quem impediu o 1-0. Nuno Tavares perdeu em zona proibida, Gordon foi com a bola e deu em Madueke, mas o central português foi rápido a reagir e cortou a bola.
O golo que a Inglaterra tanto anunciava chegou aos 34 minutos. Angel Gomes na condução pelo meio, a bola foi até a direita onde Gibbs-White meteu na área para o desvio de Anthony Gordon. Simples, bonito e eficaz.
O primeiro tempo terminou com uma boa oportunidade de Tiago Dantas na área, que Harwood-Bellis desviou com o corpo. Na sequência do lance, a Inglaterra saiu em contra-ataque e só não marcou por André Amaro apareceu na hora certa a cortar.
Portugal faz os melhores 45 minutos no Euro mas já era tarde
Rui Jorge trocou Samu por Paulo Bernardo ao intervalo e Portugal cresceu no jogo, fazendo alguns dos seus melhores minutos neste Euro sub-21. Fábio Silva deixou de jogar pelas laterais (não pode fazer o que Rui Jorge pedia a Dany Mota no último Europeu), Francisco Conceição e Pedro Neto fixaram-se nas alas, João Neves cresceu, Paulo Bernardo deu mais frescura e mais capacidade para ter bola. E cresceu mais com a entrada de Henrique Araújo no posto de Fábio Silva.
Francisco Conceição tentou ao arco aos 57 mas a bola saiu ao lado; aos 70 Portugal pediu penálti por queda na área de Henrique Araújo mas o árbitro, após falar com o VAR, mandou seguir; o mesmo Henrique Araújo atirou à barra aos 73, a cruzamento de Pedro Neto. A Inglaterra, que vinha a dominar o jogo, não conseguia ter bola e sair para o ataque.
Celton Biai, que passou quase toda a segunda parte sem nada fazer, só foi chamado a intervir aos 88 minutos, a travar um remate rasteiro de Gordon.
Foi apenas nos descontos, aos 90 minutos, que Rui Jorge trocou Pedro Neto por Vitinha (antes de sair, desperdiçou um livre em zona frontal) para tentar o empate. Seis minutos para mostrar alguma coisa, que só jogou a primeira parte diante da Geórgia.
Nos descontos, destaque apenas para um remate de Nuno Tavares, para fora.
Portugal fez os melhores 45 minutos da prova, mostrou que podia ter discutido os resultados com as outras equipas, mas acordou muito tarde. As opções de Rui Jorge também não foram as melhores.
Os sub21 lusos ficam assim de fora e já sabem que não poderão apurar-se para os Jogos Olímpicos de 2024.
A Inglaterra vai defrontar Israel nas meias-finais, a Espanha fica à espera do adversário que sairá do França-Ucrânia.
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