O grupo de Portugal na fase final do Euro 2012 é constituído por equipas que venceram os seus respetivos grupos. A Alemanha ganhou todos os jogos. A Holanda só perdeu um jogo, o último com a Suécia por 3-2, no qual apresentou a segunda equipa. Enquanto Portugal, como se sabe, foi segundo atrás da Dinamarca. 

A juntar-se a esta evidência. No Euro de 2008 a Alemanha, depois de eliminar Portugal nos quartos-de-final, foi finalista com a Espanha. A Holanda, tal como Portugal, ficou-se pelos quartos-de-final. No Mundial de 2010, a Holanda foi finalista com a Espanha e a Alemanha classificou-se no terceiro lugar. 

Perante esta realidade, se a lógica se concretizar, Portugal será o último do grupo. Contudo, em futebol a “lógica é uma batata”, porque o futebol é imprevisível. “Prognósticos só no fim”. Porque o resultado final é sempre uma incógnita. Mas Portugal tem argumentos muito válidos para contrariar a lógica do favoritismo dos seus adversários.

É verdade que o resultado dos jogos de preparação com a Macedónia e a Turquia não foram os esperados, deixaram muito a desejar aos portugueses amantes do futebol. Esses jogos foram simplesmente testes. Contudo, o impacto da derrota leva as pessoas a fazerem uma avaliação na base do resultado, e avançam para as piores conjecturas.

Portugal frente à Turquia jogou bem, apresentou um futebol veloz e de qualidade, com mudanças de ritmo, com uma grande variedade de jogo. Graças à multiplicidade ofensiva criou 9 oportunidades de golo, o que dá garantias para o Euro. Se tivesse aproveitado metade delas teria goleado. Mas a boa exibição colectiva foi traída por erros individuais. 

Por vezes, há males que vêm por bem. Paulo Bento irá analisar e reflectir o que se passou no jogo com a Turquia. O qual é motivo de dupla reflexão. A colectiva, onde a equipa esteve excelente, na mobilidade atacante, e nas várias oportunidades criadas. Já a Individual foi negativa: no desperdício de tantos golos, na má colocação, nos passes errados em zona de perigo e na atrapalhação nos golos sofridos. 

Paulo Bento como psicólogo do balneário vai elogiar e realçar o positivismo da animação e do envolvimento atacante, e aflorar os golos sofridos, já que golos tão caricatos sofrem-se uma vez na vida? Depois falará ao coração dos jogadores, vai despertar-lhe o orgulho, vai motivá-los, vai entusiasmá-los, vai valorizar as capacidades de cada um, recordar-lhes que a selecção tem para além do melhor jogador do mundo, outros elementos com enorme classe. 

Paulo Bento vai persuadi-los que é nos Euros e nos Mundiais que os jogadores se devem superar ainda mais, pois representam o seu país. Vai tornar os jogadores mais ambiciosos e incansáveis: na dedicação, no querer, na determinação, na perseverança, e na vontade de expressarem em campo a sua entrega total na procura da vitória! 

Pois é, pela lógica? Sejamos pragmáticos. Estamos condenados. Por outro lado não temos nada a perder. O que é, positivo. Mas, se o futebol é imprevisível onde tudo pode acontecer, e no qual por vezes até os grandes favoritos ficam pelo caminho! Perante esta dualidade. Só podemos estar optimistas?