Na sexta-feira, em conferência de imprensa, o selecionador nacional deu o mote:

«Esta [futebol] é uma das poucas atividades que sei que podemos competir com os alemães. Não resolve, mas diminui, ou camufla, os problemas do país.»

Ao contrário de outros setores de atividade, aqui Portugal pode enfrentar a sempre temível Alemanha nos olhos e sair vencedora.

A verdade é que Portugal calhou num grupo mortífero e, provavelmente, se falássemos de muitos outros setores de atividade, as esperanças em bons resultados seriam nulas.

Futebol é futebol, é um ‘mundo à parte’, mesmo com o ranking da FIFA a mandar a Seleção Nacional para 10º, atrás mesmo dos dinamarqueses.

O futebol vem, por isso, baralhar as contas do que se passa no ‘país real’.

Segundo o Fundo Monetário Europeu, a Alemanha encabeça a lista dos países com maior PIB (valor interno bruto) estimado para 2012. Tendo em conta, apenas, as equipas presentes no Euro, Portugal é 12º. A Holanda sétima e a Dinamarca nona. Qualquer um destes países não vive dias de aflição como se vivem Portugal. A qualidade de vida é notória, sem contar que são os alemães a deitar as cartas na mesa e a comandar o jogo.

Se fora do mundo da bola a Alemanha tem um PIB 10 vezes superior a Portugal, as exportações valem 20 vezes mais. Ao nível dos salários, os germânicos ganham, em média, o dobro do português. Mas já em linguagem futebolística, o onze luso deste sábado está pouco abaixo do alemão: 255 milhões de euros contra 273 milhões, contas feitas pelo Negócios tendo por base o Transfermarkt, site alemão que utiliza dados quantitativos para estimar o valor de mercado dos jogadores.

Neste ranking, Portugal é quarto, não muito longe de potências como Alemanha e Inglaterra. E se tivermos em conta apenas os países da Zona Euro (países cuja moeda é o Euro), é o onze que mais peso tem no respetivo PIB.

Às 19h45, a bola começa a rolar e só no final dos 90 minutos se vai ver quem foi mais forte.