Oito dias antes do início do Euro 2016, a Câmara de Paris está otimista e considera que o movimento de greves está a abrandar, disse à Lusa Hermano Sanches Ruivo, vereador-executivo da Câmara de Paris.
"De uma forma geral, sabemos que há um abrandamento na mobilização e algumas soluções encontradas. O ultimato de um sindicato sobre a data do 10 de junho não é algo que nos preocupa. Nesta altura, ainda é um bocado cedo. Com as negociações, até ao fim da semana veremos os resultados. Há sempre uma solução", considerou Hermano Sanches Ruivo.
Vários sindicatos apelaram a uma greve ilimitada nos transportes públicos de Paris e nos caminhos-de-ferro franceses, enquanto quatro dos cinco sindicatos dos controladores aéreos - que tinham convocado uma greve entre sexta-feira e domingo - retiraram o seu apoio.
Nuno Martins, secretário-geral da CGT-RATP, disse à Lusa que a greve nos transportes públicos poderá continuar até ao arranque do Euro se o governo não ouvir os sindicatos. "O que nós queríamos era que a nossa ação resultasse antes do 10 de junho, assim ficávamos todos contentes. O problema é que o governo e a RATP ouvem-nos mas não nos compreendem e não nos respondem favoravelmente", explicou o sindicalista português que trabalha na RATP, a empresa responsável pelos transportes públicos em Paris e arredores.
Nuno Martins sublinhou que as jornadas de ação para contestar a lei do trabalho El Khomry "já começaram no mês de abril" e que devido à falta de concessões das autoridades "a ideia pode ser de continuar até ao 10 de junho", o que vai "dificultar quem quer ir ao estádio".
"Queremos o aumento do salário dos membros da RATP que não são aumentados há três anos e contestamos a lei do trabalho, a lei El Khomri, que nos vai prejudicar porque vamos ter de trabalhar mais tempo por dia e vamos ter várias modificações no estatuto do funcionário publico", justificou o português de 37 anos, a viver em França desde criança.
O Comité Regional de Turismo de Paris Île-de-France mostrou-se preocupado e, esta semana, "alertou os poderes públicos sobre os riscos graves da atual situação sobre a atividade turística" na capital.
"A alguns dias do Euro 2016, cujo sucesso deve mostrar ao mundo inteiro a nossa capacidade em organizar grandes eventos, ainda há tempo para salvar a época turística pondo fim aos bloqueios retransmitidos no mundo inteiro", declarou Frédéric Valletoux, presidente do organismo, em comunicado enviado à Lusa.
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