Portugal precisa de ter atitude competitiva para ganhar à Eslovénia na segunda-feira, em jogo dos oitavos de final do Euro2024 de futebol, frisa o treinador João Henriques, que orientou os eslovenos do Olimpija Ljubljana em 2023/24.
“Não é o sistema [tático] que vai fazer grandes diferenças, mas sim a atitude competitiva. Sabemos que é muito difícil entrar nestas equipas que alinham em bloco baixo e com os 11 jogadores dispostos várias vezes nos últimos 20/30 metros. Portugal tem de ter muita paciência com bola e de estar focado e preparado no momento da perda, porque os dois avançados deles [Benjamin Sesko e Andraz Sporar] têm características diferentes, mas são perigosos nas transições. A chave do jogo está aí”, referiu à agência Lusa o técnico.
Portugal, vencedor do Grupo F e campeão em 2016, discutirá o acesso aos ‘quartos’ da 17.ª edição do Europeu com a Eslovénia, terceira da ‘poule’ C, na segunda-feira, a partir das 21:00 locais (20:00 em Lisboa), no Deutsche Bank Park, em Frankfurt, na Alemanha.
“A expectativa é ver uma Eslovénia igual àquilo que tem feito. Esta equipa é compacta e vale pelo seu todo, sem descurar que há valores individuais de qualidade, que jogam em campeonatos muito competitivos e em boas equipas. As duas referências são o [guarda-redes] Jan Oblak, muito conhecido por nós, e o Sesko, um jovem de grande valia, que já está a despontar. Por outro lado, e depois do que aconteceu nesta última partida, espero que Portugal esteja realmente focado e competitivo. Se assim for, o seu talento vai fazer diferença. Naturalmente, é o favorito a passar esta eliminatória”, avaliou João Henriques.
Se os eslovenos atingiram uma inédita passagem às eliminatórias na segunda presença como país independente em Europeus, após sucessivos empates com Dinamarca (1-1), Sérvia (1-1) e Inglaterra (0-0), Portugal culminou a primeira fase com uma derrota face à estreante Geórgia (0-2), numa altura em que já tinha selado o acesso aos ‘oitavos’ como vencedor do Grupo F, graças aos triunfos perante República Checa (2-1) e Turquia (3-0).
“Penso que [o último jogo] vai criar mossa no sentido positivo. Foi bom para despertar e, como se costuma dizer, é um abrir de olhos para que não se possa facilitar em momento algum. Do outro lado, há seleções que são mais fracas do que nós na teoria, mas que se agigantam nesta altura, ficam supermotivadas e estão a dar a vida por aquele momento. Portugal tem de agir da mesma maneira, independentemente de ser favorito ou estar em pé de igualdade com o adversário, senão pode sofrer um dissabor novamente”, analisou.
A equipa das ‘quinas’ perdeu e não marcou golos pela primeira vez em jogos oficiais sob orientação do espanhol Roberto Martínez, que só manteve Diogo Costa, João Palhinha e Cristiano Ronaldo como titulares e voltou a uma linha defensiva com três elementos, que tinha sido utilizada na estreia com os checos, sendo rendido pelo ‘4-3-3’ contra os turcos.
“Demos uma imagem boa perante a Turquia, mas o jogo foi completamente diferente dos restantes, porque o oponente esteve mais predisposto para discuti-lo e Portugal sentiu-se melhor com mais espaços. O primeiro encontro parece que foi muito amarrado, porque a República Checa defendeu constantemente, mas, apesar de tudo, estivemos bem”, disse.
Com uma passagem de quase cinco meses pela Eslovénia, onde treinou os compatriotas Jorge Silva, David Sualehe, Diogo Pinto e Rui Pedro no Olimpija Ljubljana, entre junho e outubro de 2023, João Henriques, de 51 anos, lamentou a performance frente à Geórgia.
“A equipa esteve mal em todos os aspetos com e sem bola e nas suas reações. Agora, o problema não é sobre se vai iniciar o próximo encontro com uma linha de cinco ou quatro atrás, porque isso é desconstruído com atitude competitiva e boas dinâmicas”, defendeu.
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