O selecionador português de futebol feminino, Francisco Neto, rejeitou o caráter decisivo do jogo com a Escócia, de qualificação para o Europeu, mas assumiu ser “extremamente importante” para as contas do agrupamento.
“É um jogo extremamente importante, não é decisivo. Aconteça o que acontecer na sexta-feira, o apuramento não fica fechado. Sabemos que, ultrapassando a Escócia neste jogo, damos um passo importante. Estamos a meio da nossa qualificação e temos de conquistar todos os pontos possíveis para, em fevereiro, podermos festejar”, afirmou o treinador à agência Lusa.
A comitiva portuguesa, que treina hoje no Estádio do Restelo, palco do compromisso com a congénere escocesa (19:00), em 27 de novembro, e com a Albânia (17:45), em 01 de dezembro, prepara “dois jogos completamente diferentes”, o primeiro mais equilibrado e um segundo diante de uma adversária que “vai baixar mais as linhas, estar mais compacta e à espera do erro”.
“Acima de tudo, não pode faltar a nossa identidade e conseguirmos, nos dois jogos, ser aquilo que temos sido contra equipas de topo na Europa. Conseguir impor o nosso jogo, ser Portugal, estarem altamente concentradas e focadas nos problemas que nos vão colocar e pôr em prática o nosso futebol para colocarmos também muitos problemas”, explicou.
A Escócia “mudou a liderança, alterou jogadoras e promoveu algumas modificações”, com “grandes valores individuais” a emigrarem para “clubes altamente profissionais”, como os ingleses do Manchester United, Manchester City ou Chelsea, o que contribuiu para uma seleção “que tem crescido imenso”, à semelhança de Portugal.
“Ganhámos maior maturidade. Nos últimos tempos, temos colocado as jogadoras, mais uma vez, a jogarem contra as melhores do mundo, para estarem mais preparadas e disponíveis para estes jogos de grande importância nas qualificações. São duas equipas mais experientes e com outro tipo de vivências, que em 2017 não tinham”, analisou o técnico, ao recordar o primeiro triunfo de sempre da seleção das ‘quinas’ em fases finais, há três anos, precisamente diante da Escócia.
Com algumas alterações na convocatória, promovendo a primeira chamada de Catarina Amado e os regressos de Vanessa Marques e Carolina Mendes, para além das alterações forçadas que colocaram Francisca Nazareth e Francisca Cardoso entre as eleitas, Francisco Neto pediu às atletas “empenho máximo, concentração e disponibilidade para ajudar”.
Os últimos dois jogos com o Chipre (3-0 fora e 1-0 em casa) revelaram alguns problemas na finalização, que Francisco Neto admitiu ser “uma preocupação”, mas lembrou que “o jogo é sempre visto como um todo”.
“É preciso criar para lá chegar, é preciso estar equilibrado para não sofrer, é preciso estar concentrado e muito bem organizado para contrariar os ataques da Escócia. Temos sempre pouco tempo de trabalho em espaço de seleção e procuramos tocar em todos os aspetos do jogo”, realçou.
No grupo 3 da qualificação, Portugal é segundo classificado, com 10 pontos, menos três do que a líder Finlândia, que tem mais um jogo disputado, enquanto a Escócia é terceira, com nove pontos e também menos um jogo, a Albânia quarta (três pontos) e o Chipre quinto (zero).
Apuram-se para a fase final, em Inglaterra, os vencedores de cada grupo mais os três segundos classificados com melhores resultados face ao primeiro, terceiro, quarto e quinto no seu grupo. Os restantes segundos vão disputar um ‘play-off’, em data a definir.
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