As internacionais espanholas convocadas pela nova treinadora Montse Tome viajaram esta terça-feira para se juntar à seleção nacional feminina que prepara os jogos diante da Suíça e Suécia para a Liga das Nações, isto apesar de se terem declarado indisponíveis para tal.

Olga Carmona, e outras quatro jogadoras apresentaram-se, juntamente com Athenea del Castillo, que não está em greve, num hotel de Madrid para viajar até Olivas, na costa leste, onde a equipa está concentrada. Alexia Putellas, e outras jogadoras do Barcelona voaram à tarde para também se juntarem ao estágio.

São 39 as jogadoras que declaram greve à seleção espanhola de futebol feminino, 20 das 23 jogadoras recentemente convocadas por Tome. As jogadoras exigem mudanças profundas na federação espanhola de futebol (RFEF), isto após o incidente que envolveu José Luis Rubiales e Jenni Hermoso, e que levou à demissão do primeiro.

À chegada ao hotel, um jornalista perguntou à guarda-redes Misa Rodriguez se estava feliz por estar incluída na seleção, ao que ela respondeu com um rotundo"não". Mais tarde, no aeroporto de Barcelona, perguntaram a Alexis Putellas como se sentia, ao que a média do Barcelona respondeu: "Bem, mal."

As jogadoras em greve emitiram um comunicado na segunda-feira em que reiteraram o desejo de não serem convocadas, mas reconheceram as consequências legais que podem forçá-las a comparecer na concentração da seleção.

Victor Francos, presidente do Conselho Superior de Desportos de Espanha (CSD), disse hoje manhã que teria de aplicar a lei desportiva do país contra qualquer jogador que se recusasse a ser chamado. No entanto, mais tarde, o dirigente pareceu mudar de ideias relativamente a esses comentários; Francos e vai encontrar-se com as jogadoras em Oliva para pedir-lhes que joguem e oferecer-lhes ajuda do governo.

"Vão (jogar) e comprometemo-nos a fazer com que o que estão a pedir seja possível. Se algum jogador não se sentir confortável e não quiser jogar, acho que o mais normal é que não seja convocado e que seja chamado outro", disse Francos à televisão pública espanhola.

A lei desportiva de Espanha a partir de 2022 estabelece que os atletas devem comparecer nas concentrações das seleções nacionais quando convocados, e não fazê-lo seria uma infração "muito grave". As multas potenciais variam entre 3.000 e 30.000 euros, e podem também levar os jogadores a perder as suas licenças para jogar por um período que pode ir até aos cinco anos.