O Arsenal venceu este sábado no Estádio de Alvalade o FC Barcelona por 1-0, conquistando assim a Liga dos Campeões feminina. As catalãs estiveram quase sempre por cima do jogo, especialmente na segunda parte, mas uma boa jogada de duas jogadoras que saíram do banco, permitiram a Stina Blackstenius fazer o golo decisivo à entrada do último quarto de hora.

Dezanove anos depois, a equipa do Arsenal volta a conquistar o título europeu na vertente feminina, já o Barcelona interrompe a sua série de duas conquistas consecutivas

Muitas ameaças, pouca inspiração

Arsenal e Barcelona fizeram alinhar os seus onzes mais habituais. Do lado das londrinas, a única alteração prendeu-se com a titularidade de Chloe Kelly, para o lugar de Kyra Cooney-Cross.

Já do lado das catalãs, Pere Romeu fez alinha de início Fridolina Rolfö e Clàudia Pina, melhor marcadora da Liga dos Campeões feminina, deixando no banco Brugts e Ingrid Engen.

Como seria expectável, foram as catalãs quem assumiram a inciativa de jogo nos primeiros minutos, contudo, sempre muito condicionadas pelas inglesas, que pressionavam bem alto, procurando recuperações de bola em zonas adiantadas do terreno.

Perante duas equipas muito encaixadas em termos táticos, foi preciso esperar até aos oito minutos para ver o primeiro remate através de um cabeceamento de Ewa Pajor, muito ao lado; dois minutos volvidos e as catalãs semearam o pânico dentro da área das inglesas, acabando mesmo assim por não conseguir finalizar.

O Arsenal tentou responder e Foord cabeceou ao lado à passagem dos onze minutos. A melhor oportunidade de golo esteve nos pés de Aitana Bonmati no minuto seguinte; a espanhola tirou uma adversária do caminho já dentro da área, mas acabou por falhar o remate na hora 'H'.

Como fizera anteriormente, as inglesas trataram de responder de pronto à oportunidade das adversárias, Foord fugiu pela esquerda e cruzou para o segundo poste, mas o remate de Chloe Kelly de primeira saiu por cima.

Aos 22 minutos a bola chegou mesmo a entrar dentro de uma das balizas; Frida Maanum cruzou na direita e Irene Paredes, a tentar cortar, fez auto-golo. Contudo, o lance acabou por ser invalidado por fora de jogo.

Apesar do golo anulado, o lance deu confiança às inglesas que voltaram a ameaçar aos 27 minutos, mas o remate à entrada da área de Frida Maanum obrigou a guarda-redes Cata Coll a voar e impedir o 1-0; na sequência do canto, Kim Little apareceu em posição privilegiada, mas atirou por cima.

Depois de um período de maior ascendente das arsenalistas, o Barcelona voltou a tomar conta da partida, acercando-se da área inglesa, quase sempre através de iniciativas de Alexia Putellas pela esquerda, mas sem que daí resultassem verdadeiras oportunidades. O nulo ao intervalo era reflexo do equilíbrio, mas também da pouca inspiração na hora de finalizar.

O segredo estava no banco

Tal como no arranque da partida, as catalãs entraram por cima na segunda parte, beneficiando de uma grande oportunidade logo no arranque, com o remate de Claudia Pina a desviar em Emily Fox e a bater na barra da baliza de Van Domselaar; quatro minutos volvidos e um remate à entrada da área de Ona Batlle passou perto do poste esquerdo.

As catalãs mostravam-se mais agressivas sobre a bola, dando muito poucas oportunidades às inglesas na saída para o ataque. Uma dessas tentativas acabou mesmo por dar oportunidade a Aintana Bonmati de testar a atenção de Van Domselaar com um remate forte à entrada da área.

O Arsenal procurava sacudir a pressão das catalãs, procurando quase sempre Alessia Russo para tentar segurar a bola no ataque para permitir a subida das colegas, contudo, as inglesas mostraram sempre muita dificuldade na construção de ataques organizados, procurando primordialmente rápidas transições.

Mas era o Barcelona quem criava reais oportunidades de golo; aos 69 minutos, Ewa Pajor, no coração da área, tentou desviar para o golo, mas a bola saiu ligeiramente ao lado.

Apesar de mais retraída, a equipa do Arsenal conseguiu aproveitar um erro adversário para criar também a sua oportunidade de golo; Alessia Russo, ainda e sempre, arrancou rumo à baliza, rematando para boa defesa de Coll.

Contudo, a guardiã espanhola nada pode fazer para travar o golo das inglesas pouco depois; 75 minutos e uma jogada pela direita permitiu a Beth Mead enganar a defesa catalã e servir que Stina Blackstenius que, na cara do golo, não desperdiçou e inaugurou o marcador, golo construído por duas jogadoras que saltaram do banco.

Até final as 'blaugrana' tentaram de tudo para, pelo menos, levar o jogo para prolongamento, mas as 'gunners' souberam aguentar o assalto final das adversárias, e seguraram a preciosa vantagem até final.

O Arsenal conquista assim a sua segunda Liga dos Campeões feminina, depois da vitória em 2006/2007. Já o Barcelona vê interrompida a série de duas conquistas europeias consecutivas.