
A equipa feminina do Benfica, criada apenas em 2018, alcançou em apenas sete anos o que a masculina, participante no ‘nacional’ desde a primeira edição, em 1934/35, nunca conseguiu: a conquista de cinco campeonatos consecutivos.
Os ‘encarnados’ foram bicampeões da Europa bem cedo, em 1960/61 e 1961/62, estiveram em mais uma série de finais europeias e sagraram-se campeões lusos em 38 ocasiões, com séries de seis cetros em sete anos, nove em 11 e 12 em 15, em períodos de clara hegemonia, mas nunca lograram o famoso ‘penta’.
O melhor registo das ‘águias’, em termos de títulos consecutivos, é um ‘tetra’, selado de 2013/14 a 2016/17, que não foi ‘transformado’ em ‘penta’ em 2017/18, culpa do FC Porto, que, assim, manteve-se como o único clube, no masculino, a somar cinco títulos seguidos (1994/95 a 1998/99).
Se entre os homens este é o melhor registo, no feminino, e apesar de o campeonato ser bem mais recente (nasceu em 1993/94), o 1.º de Dezembro já ganhou 11 seguidos, entre 2001/02 e 2011/12, e o Boavista 10, de 1985/86 a 1994/95, sendo que, então, os ‘grandes’ ainda não tinham aderido e a prova não tinha expressão.
O futebol no feminino começou a crescer com o regresso do Sporting, em 2016/17, depois de uma aparição fugaz no início dos anos 90 do século passado, por iniciativa do então presidente José Sousa Cintra, e teve um ‘boom’ com a entrada do Benfica, que começou pela II Divisão, em 2018/19.
As ‘encarnadas’ bateram todos os recordes nessa época, que acabaram com 452 golos marcados, em 36 jogos, à inacreditável média de 12,6 por encontro, conquistando não só a II Divisão - só com um empate, no último jogo - como a Taça de Portugal, num percurso concluído com um 4-0 ao Valadares Gaia, no Jamor.
Na temporada seguinte, na estreia na Liga principal, o Benfica era líder do campeonato, empatado pontualmente com o Sporting, após 15 jornadas, mas, devido à pandemia de covid-19, o campeonato não terminou e não foi declarado nenhum vencedor.
A ‘odisseia’ rumo ao ‘penta’ só começou, assim, em 2020/21, época que o Benfica ainda arrancou orientado pelo treinador Luís Andrade, que acabou demitido depois de um desaire caseiro com o Sporting (0-3), na primeira fase (zona Sul) da prova.
Filipe Patão sucedeu-lhe e as ‘encarnadas’ não pararam de vencer, arrecadando o primeiro cetro na última jornada, no ‘jogo do título’ com o Sporting, em Alvalade, os dois seguintes com duas rondas por disputar, o primeiro dos quais em novo dérbi, na Luz, o ‘tetra’ já nos descontos e o ‘penta’ novamente a duas jornadas do fim, hoje com um 3-0 no reduto do Valadares Gaia.
A par dos cinco campeonatos, o Benfica arrebatou mais uma Taça de Portugal, em 2023/24, cinco edições da Taça da Liga e duas da Supertaça, para um total de 13 troféus em 19 disputados. O 14.º, em 20, poderá ser uma nova Taça de Portugal.
Além do enorme sucesso interno, as ‘encarnadas’ também já ‘brilharam’ na Europa, nomeadamente em 2023/24, época em que conseguiram chegar aos quartos de final da Liga dos Campeões.
Depois de dois triunfos (1-0 em casa com Rosengard e Eintracht Frakfurt) e três empates (1-1 na Alemanha e na Suécia e 4-4 na receção ao FC Barcelona, que se salvou da derrota no Seixal aos 90+6 minutos, com um tento de Lucy Bronze), o Benfica chegou à fase a eliminar, caindo perante o Lyon (1-2 em casa e 1-4 fora).
As ‘encarnadas’ estiveram também nas duas primeiras fases de grupos da prova, em 2021/22 e 2022/23, tendo falhado na presente temporada o que seria uma quarta participação seguida, culpa de um desaire caseiro com o Hammarby por 2-0, selado aos 90+5 minutos, depois de uma vitória na Suécia por 2-1.
Com a conquista do ‘penta’, em 2024/25, o Benfica já assegurou que vai estar na nova fase de liga da ‘Champions’ em 2025/26.
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