A Federação Canadiana de Futebol (Canada Soccer) informou hoje ter alcançado um princípio de acordo com as jogadoras da seleção feminina, de forma a equipará-las aos masculinos no aspeto financeiro, poucos dias após a demissão do presidente.
“Trata-se de respeito, de dignidade e de nivelar os aspetos competitivos num mundo que é substancialmente desigual”, sublinhou o secretário-geral da federação, Earl Cochrane, explicando que o acordo prevê bónus por jogo e prémios por desempenho.
A Canada Soccer esclareceu ainda que um novo acordo coletivo abrangente, a envolver as duas seleções, está a ser negociado, e que este acordo provisório ainda está sujeito a alterações, mas que se coaduna com a necessidade de equidade salarial como pilares de um qualquer acordo.
Na quarta-feira, a antiga campeã olímpica de atletismo Charmaine Crooks foi nomeada presidente interina da Federação Canadiana de Futebol, poucos dias após a demissão de Nick Bontis, fortemente contestado pelas associações.
“Embora tenha sido um dos maiores defensores de um sistema igualitário associado ao desempenho nas competições, infelizmente não estarei à frente da federação quando isso acontecer”, disse o dirigente, em comunicado.
A seleção canadiana, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 e da qual tem feito parte a avançada do Benfica Cloé Lacasse, foi obrigada a disputar há duas semanas o torneio SheBelieves, depois de as jogadoras terem feito greve.
As internacionais canadianas protestaram no sentido de darem maior visibilidade à falta de financiamento e às desigualdades de género no tratamento dado às duas seleções, numa iniciativa que teve o apoio da equipa masculina, de Stephen Eustáquio, do FC Porto, e Steven Vitória, do Desportivo de Chaves.
De acordo com a capitã Christine Sinclair, a federação aplicou em 2021 mais de 11 milhões de dólares canadianos (cerca de 7,6 milhões de euros) na equipa masculina, destinando à equipa feminina cinco milhões (3,4 ME), menos de metade.
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