A resposta veio depois da atacante Lisa De Vanna, que fez 150 internacionalizações pela Austrália antes de se retirar em setembro, ter denunciado, na terça-feira, numa entrevista a uma revista de um jornal australiano, que foi assediada sexualmente e intimidada por outros colegas de equipa no início da carreira.
"Fui assediada sexualmente? Sim. Fui vítima de bullying? Sim. Ostracizada? Sim. Já vi coisas que me deixaram desconfortável? Sim", disse a segunda melhor marcadora da seleção australiana de 36 anos.
"Quando era jovem não sabia como lidar com isto (...) mas ainda acontece a todos os níveis e é altura de falar alto", insistiu.
Na entrevista aos diários do News Group, a atleta disse que os incidentes ocorreram em chuveiros e balneários, onde foi atirada ao chão e outras colegas de equipa esfregadas contra ela.
"Testemunhei mulheres a protegerem mulheres que abusam de mulheres. Jogadoras que protegem jogadoras seniores que abusam de jogadoras jovens. Organizações que protegem treinadores e jogadores que abusam de jogadores. Abuso é abuso", escreveu, no início deste mês, a ex-jogadora na rede social Twitter.
Também a ex-jogadora Rhali Dobson, de 29 anos, que se reformou em março passado, relatou ter sido vítima de assédio sexual.
"É algo que ainda acontece, mesmo ao mais alto nível, e até que seja abordado nada vai mudar", disse, no mesmo artigo.
Na sequência destas declarações, a federação australiana afirmou manter "tolerância zero para qualquer conduta que viole as regras e valores" dos atletas.
"Pedimos a todos que apresentem formalmente as alegações para que possamos proceder a uma investigação completa", disse o organismo, encorajando Vanna e Dobson a apresentar as denúncias através dos "canais apropriados".
A federação acrescentou desconher estes incidentes, tendo mantido já um encontro com Lisa De Vanna.
Este escândalo de alegado assédio sexual no futebol feminino australiano surgiu depois de denúncias idênticas em outras disciplinas, como natação, hóquei e ginástica.
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