A jogadora brasileiro Gio Queiroz, de 18 anos, publicou esta terça-feira nas redes sociais uma carta aberta ao presidente do Barcelona na qual acusa o clube blaugrana de "assédio moral e psicológico".

A jovem jogadora, atualmente ao serviço do Levante por empréstimo do Barcelona, revela que foi pressionada para não representar a seleção brasileira.

"Primeiro recebi indicações de que jogar pela Seleção Brasileira não seria o melhor para o meu futuro dentro do clube. Apesar do desagradável e persistente assédio, não dei muita importância e atenção ao assunto", começa por explicar.

No entanto, com o passar do tempo, Gio Queiroz explica que o clube começou a usar "outros mecanismo de pressão" com o objetivo encurralá-la "de forma abusiva para que ela desistisse de defender a Seleção Brasileira".

"A cultura de assédio e de violência sexista contra a mulher não pode ser aceite ou tolerada", destaca a jogadora brasileira. Gio Queiroz diz ainda ter sido submetida a um confinamento "ilegal" pelo departamento médico do clube, para não viajar para o Brasil. O clube terá justificado que a jogadora teria tido um contacto próximo com alguém infetado com Covid-19. Mas a jogadora considera que os motivos "foram outros".

"Como a ordem do médico foi contrária ao protocolo de saúde, entrei em contato com o Departamento de Saúde da Catalunha e pedi esclarecimentos. A resposta foi clara e contundente: o meu caso não poderia ser considerado um contato de risco de acordo com o protocolo de saúde atual", acrescenta ainda.

O Barcelona ainda não reagiu publicamente às acusações, mas de acordo com o jornal Sport, "o clube tem uma visão dos factos contrária à da brasileira". Os catalães consideram que o facto de Gio Queiroz ter viajado para o Brasil apesar de o departamento médico lhe ter dito para não sair de casa representa um crime de saúde pública, além de ir contra os regulamentos do clube.

No regresso a Barcelona, Gio Queiroz foi informada que passaria a jogar com a equipa B e decidiu apresentar uma queixa na FIFA. O organismo que tutela o futebol mundial deu razão ao clube.