A equipa de futebol feminino do Benfica tem no seu plantel várias jogadoras estrangeiras no seu primeiro ano na modalidade, mas o caminho é, tal como no conjunto masculino, a aposta na formação.

João Marques, treinador das ‘águias’, assume que foi o responsável pela formação do plantel e que desde o primeiro minuto a ideia foi combinar a experiência de jogadoras mais velhas com a juventude, que garante que pode dar ao clube muitas alegrias nos próximos anos.

“O futebol feminino no Benfica não podia deixar de olhar para a formação. A formação é essencial. Muita gente criticou a escolha destas jogadoras, mas é preciso dizer que as melhores jogadoras portuguesas já tinham clube. Por isso, e como o Benfica queria ter sucesso no imediato, procurámos as melhores jogadoras do momento e fizemos uma mescla de juventude com experiência”, explicou o treinador em entrevista à agência Lusa.

João Marques lembra que na época de estreia o Benfica já estreou oito jogadoras dos 16 aos 18 anos e que isso é revelador do bom trabalho que está a ser feito nos ‘bastidores’ do futebol feminino das ‘águias’.

“A formação está a trabalhar de uma forma sustentada. Queremos aproximar os resultados do feminino ao que acontece no futebol masculino, mas é um processo e no primeiro ano não podemos querer fazer tudo. No futuro, daqui a dois ou três anos, certamente que a maior parte do plantel principal vai chegar da formação”, vaticina.

João Marques explica que a estratégia passou por recrutar jogadoras experientes, com passado nas suas seleções, “que são fundamentais para o crescimento das jogadoras mais jovens”.

Diva Meira e Yasmim Ribeiro lutam por uma vaga no lado esquerdo da defesa encarnada. Garantem que a concorrência é saudável e a jovem portuguesa afirma que tem aprendido muito com a internacional brasileira.

“Tenho crescido muito e evoluído imenso. Temos muitas jogadoras estrangeiras, mais velhas, e nós, as mais novas, temos crescido imenso com elas. Isso vai dar ao clube a oportunidade de daqui a dois três anos ter uma equipa jovem, mas também muito mais desenvolvida e experiente do que agora”, adianta a lateral das ‘águias’.

Apesar de mais experiente, Yasmim garante que vir para Portugal tem também sido uma “experiência muito valiosa” na sua carreira.

“Está a ser muito bom, está a fazer-me crescer como atleta e como pessoa. Temos uma equipa muito qualificada, o Benfica fez muito bem em abrir a modalidade e começar a construir do zero, na segunda divisão. Isso engrandece o clube, a modalidade e para mim está a ser muito especial fazer parte disto”, afirmou a ‘canarinha’.

Yasmim defende ainda o acerto da opção do Benfica em apostar em jogadoras jovens e explica que é isso que está a fazer crescer a modalidade no clube da Luz.

“Independentemente de ser brasileira ou portuguesa, o que mais conta é a experiência das atletas e o Benfica quis fazer uma mescla entre juventude e experiência. Essa é a chave do sucesso”, disse.

Já sobre o ponto de situação do futebol feminino em Portugal, o treinador João Marques realça que a entrada do Benfica tem um grande peso e que isso terá reflexo na evolução da modalidade.

“Nos últimos três anos tenho estado ligado ao futebol feminino e a evolução é evidente. Tem havido um crescimento rápido, mas sustentável. Portugal é um país pequeno, mas que produz atletas com grande qualidade, e no futebol feminino não vai ser diferente. Antevejo uma seleção com mais qualidade, cada vez com melhores resultados, e em sintonia com o desenvolvimento do futebol feminino, que veio para ficar e vai ter muito sucesso”, termina.