Apesar da falta de algum equipamento, o Centro Nacional de Medicina Desportiva, em Luanda, está preparado para receber todos os clubes, e não só, para exames especializados, constatou esta quarta-feira a Angop.

Com 40 médicos especializados em diversas áreas, desde efetivos a colaboradores, 10 fisioterapeutas, quatro enfermeiros, três técnicos de laboratório, dois de raio-X e igual número de educação física, a instituição assume-se como a principal unidade para avaliação médica na vertente desportiva.

Com o campeonato angolano de futebol (Girabola) "à porta" - a época começa a 4 de fevereiro com a Supertaça - apenas três clubes passaram por lá e um quarto, o Interclube, solicitou informações para o efeito, de acordo com o diretor do centro, João Molina.

A grande lacuna do centro, na avaliação dos desportistas, está na falta de equipamentos adequados na sala de fisiologia de esforço (esteira, bicicleta, elétrodos, máscara), que ainda assim não condiciona a realização dos exames, uma vez que a prova de esforço é realizada fora da referida instiuição, por este motivo.

No entanto, João Molina informou que ainda este mês a referida sala estará devidamente equipada e todas as avaliações serão efetuadas no Centro de Medicina Desportiva.

"O equipamento é muito dificil e é apenas feito por encomenda. Metade já está em Portugal e na próxima semana já estará em Luanda", adiantou.

A instituição médica conta também com um ginásio equipado com esteiras, bicicletas, máquinas de fortalecimento dos membros (superiores e inferiores) entre outros, sendo o compartimento melhor apetrechado. Aqui trabalham-se duas vertentes, treinamento desportivo e reabilitação.

O laboratório encontra-se disponível para vários exames, desde hematologia, bioquimica, serologia, ionograma, fezes e urina. Para testes anti-doping as amostras são colhidas e enviadas para a África do Sul, no laboratório da zona VI dos desportos.

A fisioterapia também conta com equipamento de ponta para restauração fisica, trabalhos de electroestimulação, ultrassons, ondas curtas, calor húmido e calor seco e pranchas.

A fisioterapeuta Isabel Novais afirma que o material que tem é suficiente para responder à demanda, mas salienta a falta de um aparelho de ondas de choque (para recuperação das lesões) e mesa para trabalhar o quadríceps, realçando que sem este equipamento a recuperação da lesão é apenas na ordem dos 80 por cento.

Outra sala, não menos importante do que as anteriores, é a de ecografia, onde são efetuados os exames de raio-X, espetro, cardiograma (coração), diometria, entre outros. É no referido compartimento que se realiza uma das avaliações mais importantes para um desportista, segundo o técnico de enfermagem José Muondo. "Aqui sai o resultado que apura se o jogador pode ou não jogar ou se tem que fazer outro tratamento".

Inaugurado a 11 de fevereiro de 2000, pelo na altura ministro da juventude e desportos, Marcos Barricas, o Centro Nacional de Medicina Desportiva não conta com equipamentos para testes anti-doping e ressonância magnética.

João Molina esclarece que estes tratam-se de equipamentos muito caros, pela instalação e manutenção, e que "não compensa" tê-los no centro.

"A ressonância magnetica não é um exame de rotina. É feito em condições especiais e não justifica termos um investimento de milhões para ser muito pouco utilizado. O mesmo acontece com os testes anti-doping, cuja instalação é caríssima, sendo que anualmente vamos fazer entre 30 a 50 exames", salientou.