A falta de divisas para a compra de equipamentos desportivos no exterior do país impede a aposta em novas modalidades no Clube Desportivo da Huíla (CDH), dificuldade que abrange igualmente o plantel principal da equipa de futebol, fez saber esta quinta-feira, no Lubango, o diretor de comunicação e marketing da agremiação, Adriano Lopes.

Em declarações à Angop, o responsável que falava à margem do 20º aniversário do Clube, assinalado quarta-feira, disse que poderiam apostar em outras modalidades, pois há intenção de lançar o karaté, taekwondo, o ténis e outras, disciplinas, mas sem equipamento é complicado.

Declarou que uma vez que localmente não existe uma fábrica que faça a produção regular de equipamentos, torna-se “muito” oneroso obter de fora, daí a necessidade de divisas para a compra do mesmo, a partir do exterior do país.

“Estamos a viver no plantel principal com algum material usado, que mandamos fazer há quatro anos em Portugal e este ano por limitações, até tivemos dificuldades em adquirir bolas, pelo que compramos apenas dez e estamos também a trabalhar com as antigas”, disse.

Acrescentou que têm igualmente dificuldades em desbloquear produtos de “merchandising”, da marca do CDH, que está em Portugal, que servem para divulgar o nome do Clube, que dá a possibilidade de o público comprar.

Lamentou que ainda se sentem “desconfortáveis” por não terem a valência de um público maior ao lado, pois têm recebido pouco apoio moral e muitas instituições não prestam solidariedade institucional ao clube.

Patrocínios

Nesta vertente alegou que contam maioritariamente com apoio das Forças Armadas Angolanas, a nível local os patrocínios são incipientes, mas destaca a cervejeira N'gola, a Coca-cola, as fábricas de água Preciosa e Tandavala, a Tundavala Audiovisuais, um fornecedor individual de iogurte para os atletas e algum apoio moral do Instituto Superior Politécnico Independente (ISPI), que ofereceu bolsas de estudo a alguns jogadores da equipa de futebol.

“Na província sentimos que existe uma certa insensibilidade, por pare de instituições que deviam apoiar a agremiação, mas não o fazem e queremos mudar este quadro contando com o esforço de todos”, lamentou.

Explicou que só num jogo do Girabola feito em casa podem gastar-se entre 500 a 600 mil Kwanzas e fora, é quase a quatro vezes mais, desde os custos com transporte, alojamento, alimentação, de entre outras despesas.

Assegurou que seriam necessários pelo menos 250 milhões de Kwanzas para o CDH assegurar o Girabola.

Infraestruturas

O CDH partilha há mais de dois anos com a Administração Municipal do Lubango (AML) a gestão comparticipada do estádio da Sra. do Monte que está em processo de replantio da relva para a sua posterior utilização em 2019, de acordo com Adriano Lopes, que a estrutura vai servir inicialmente para treinamento da equipa.

“O campo tem de ter as mínimas condições de piso. Contamos com alguns técnicos para que possamos ter o próximo ano o campo aceitável para realizar os treinos inicialmente. Estamos a adaptar a relva ao nosso figurino regional”, ressaltou.

Disse terem ainda um antigo hotel, que vive moradores comuns, mas já remeteram um dossier a AML, na “esperança” de que esta consiga realojá-los e ceder o espaço a agremiação, que a legítima proprietária.

Associados

Adriano Lopes referiu contarem com 600 sócios, que na sua maioria pauta pela irregularidade do pagamento das suas quotas, estipulada em mil kwanzas mensal.

Continuamos a fazer a angariação de sócios, mas apelamos aos atuais a pautarem por uma regularização das quotas e este ano agendamos um encontro de auscultação como os sócios para ter maior proximidade com os mesmos.

Acordos

O CDH em 2017 assinou um acordo com o Instituto Superior Politécnico Independente (ISPI), em que a instituição académica oferece anualmente de duas bolsas de estudo a atletas do clube, durante quatro anos.

Para o ano em curso, salientou que têm outro acordo com o Centro Técnico Profissional Estrela da Huíla que vai ceder quatro bolsas a nível do segundo ciclo e quatro nos cursos de curta duração, num período de quatro anos também.